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.- A ÁRVORE QUE O SÁBIO VÊ, NÃO É A MESMA ÁRVORE QUE O TOLO VÊ! William Blake, londrino, 1800.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Estância Climática de Cunha

Esta matéria foi publicada no dia 07 de novembro de 2008 no outro blog, o qual se encontra desativado, o desabafolandia2 e a republicamos no ecoeantigos, pois faz parte da nossa relação com o agradabilíssimo município de CUNHA e seu povo alegre:

07 11 2008 – Estância Climática de Cunha I No último final de semana fomos até Cunha. Sabíamos mais ou menos que iniciava o XV Festival de Inverno na Serra e estávamos receosos de encontrar a cidade muito cheia. Lotação adequada. Conseguimos uma vaguinha na Pousada da D. Célia, no centro, classificada ½ estrela pela 1ª dama, mas muito limpinha e baratinha. Valeu.
O que chamou a atenção foi a quantidade de Fuscas rodando pela cidade. Creio que é o local cuja densidade “fuscométrica” seja uma das maiores do País. O carro do padre é Fusca, o táxi é Fusca, o carro de entrega do mercado é Fusca, no pátio da prefeitura tinha dois Fuscas, o carro da imobiliária é Fusca e assim vai.
A topografia de Cunha é acidentada e têm subidas e descidas que não acabam mais e só fusquinha mesmo para subi-las sem dar vexame. Tomara que essa situação perdure por muito tempo, pois para um “fuscólogo”, como é o meu caso, a visão de cruzar com dezenas de Fuscas em poucos minutos é confortante. Pretendo sugerir ao programa de curiosidades da Rede Record de Televisão, o Balanço Geral, que venha fazer uma reportagem na Estância sobre os carrinhos.
Pena que o Padre colocou seu Fusca vermelho à venda, parece que pretende trocá-lo por um auto mais novo. Trouxe até seu telefone e vou oferecer esse automóvel para uma pessoa daqui que está querendo um.
Segue. . .


07 11 2008 – Estância Climática de Cunha II

... continuação
De noite, fomos à Praça da Matriz onde estava acontecendo o festival, “Acordes na Serra”. Músicas destinadas ao público jovem, barraquinhas de comes e bebes não muito atraentes ao nosso paladar, descemos uma quadra e encontramos uma padaria com mesas na calçada que nos oferecia o que procurávamos a um preço honesto. Vinhozinho, acepipes, (essa é do Senador), papinho bom, tranquilidade, eis que nos chega um som de músicas dos tempos de outrora de uma portinha numa saleta vizinha. Estávamos adorando, mas parou repentinamente. Saiu então da sala um homem, ao qual perguntei;
- Era o senhor sozinho quem produzia o som?
- Eu mesmo, venham ver.
Era sua barbearia, media mais ou menos um metro e meio de frente por uns três aos fundos, com um aparelho de CD com seu violão acoplado e já deu nova demonstração.

Nos apresentamos e ele também:
- Sou o Francisco Ovídio de Castro Filho, 68 anos, nasci aqui, comi caqui, Salão Guarani, Rua Comendador Novaes, 52.
Figura alegre, simpática, esperta, divertida, verdadeiro homem show e estava feliz por haver atendido 18 clientes no dia e um detalhe, não bebe, não joga, não fuma.
Segue...


07 11 2008 – Estância Climática de Cunha III

...continuação
Chega meio apressada a Alice, (de blusa vermelha) gari aposentada da Prefeitura, reclamando que o Chico estava atrasado para a apresentação de “Reis” no Morro do Cruzeiro. Nos oferecemos para levá-los;
-Mas é muito longe.
-Vocês vão a pé?
-Sim, o pessoal já foi, o Chico atrasou.
Lá fomos nós e no caminho o Chico com o violão e eu fomos cantando hinos religiosos, lembrei-me do tempo bom do Colégio Dom Bosco de Tupã.

Queremos Deus homens ingratos/Ao Pai supremo, ao redentor/Zombam da fé os insensatos/
Erguem-se em vão contra o Senhor/Dá nossa fé, oh! Virgem, o brado abençoai/
Queremos Deus que é nosso Rei/Queremos Deus que é nosso Pai
Queremos Deus a sã doutrina/Que nos legou na sua cruz/
Levar á escola e á oficina, a lei de Cristo, o amor e luz/
Dá nossa fé oh! Virgem, o brado abençoai/Queremos Deus que é nosso Rei/
Queremos Deus que é nosso Pai/Queremos Deus na Pátria amada/
Amar-mos todos como irmãos/Ver a Igreja respeitada/São nossos votos de cristão

Chegamos na casa da Ana e já na porta o conjunto Estrela Guia composto por Nólia(de branco, líder, irmã do Chico, vocal), Pi (viola), Chico (violão), Alice (afoxé), Pacheco (cavaquinho), Cidinha (timba), Dino (pandeiro) e Ibsen, que não gostou quando lhe perguntei se não era “Ibsen Pinheiro” (acordeom) começou a “cantoria”. A Ana mandou que entrássemos, o altar já montado, o Dino “puxou” o terço, cujo terceiro mistério nos foi oferecido, ficamos honrados.

Esta é a benemérita Nólia, enfermeira aposentada, que se esforçou reunindo o grupo, trazendo o Ibsen que mora em Guaratinguetá para atender o pedido daquela família carente, que nem móveis tinha na casa.
A razão da reunião foi para cumprir desejo que o Benedito José dos Santos, falecido há 22 anos, tinha e não conseguiu realizar em vida.
Após o terço, na outra sala, continuou a “cantoria”.
Povo alegre e divertido. No final a Ana serviu pão com salsicha ao molho e refrigerante.

Colhi o nome de todos os presentes e prometi uma oração em ação de graça aos mesmos. Peço à Sueli e ao Sílvio, que levam jeito, que me ajudem na tarefa e aqui estão os nomes das pessoas: Cleber, Osmair, Auxiliadora, Maria, Graça, José Teodoro, Malvina, Pedro, Pi, Pacheco, Ana, Cidinha, Benedito, Ibsen, Nólia, Ângela, Alice, Francisco, Dino, Ademir, Carmem, Márcia, Marcela, Dyane, Renato, Sérgio, Fabíola, Maicon, Ailton, Marcelo, Edneia, Jamile, Fernando, Célia, Maria Isabel, Ida, Marisa e a cachorrinha Bianca.
Continua...


07 11 2008 – Estância Climática de Cunha IV

...continuação
Um fato triste que nos sentimos na obrigação de registrar foi o do discurso do executivo em contradição com a prática. Para variar, a pregação é sempre no sentido de se preservar a natureza e na ação, moto-serra nas árvores.
No mês passado havia aqui um belo estacionamento em uma rua da Cidade, bem dividido, os carros ao abrigo da sombra, os pássaros em seus ninhos e a absorção do monóxido de carbono pelas folhas. Hoje, só os esqueletos das pobres árvores de uns 15 anos. Muitas não resistirão, morrerão.

Lá atrás, um iluminado construiu a bela paisagem. Agora, uns trogloditas, na contra-mão da razão, aniquilaram com tudo.
É sempre assim, uns poucos constroem, outros muitos destroem.
Sérgio.

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