Caros
amigos,
Na
minha última visita à capital ganhei um belo presente na Casa da Memória, da
Fundação Cultural de Curitiba. Trata-se do livrinho “Bosque da família
Gallotti”, que acabou me proporcionando algumas horas de leitura instrutiva e
deliciosa. A obra, que irradia simpatia, foi escrita e elaborada com amor
evidente pelo Emilio Carlos Boschilia, ex-funcionário do IPARDES e do IPPUC. É
um dos livros mais bem diagramados que tenho visto ultimamente; um verdadeiro
encanto aos nossos olhos críticos. Quem estiver com planos para publicar algo:
use este livro como modelo!
Contarem-me que a primeira edição está praticamente esgotada. Sugiro
que vocês entrem em contato com a editora (http://www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br/),
suplicando que logo produzam uma segunda edição e que inclusive aproveitem para
corrigir os erros ortográficos (principalmente nos nomes científicos) e terem
todas as plantas, aves e borboletas devidamente identificadas. (Para que serve
essa fartura de especialistas em Curitiba se não é solicitada a sua
ajuda?).
Agosto tem sido o mês mais frio deste inverno e, consequentemente, vi
poucos exemplares de borboletas no litoral, apesar do número total de espécies
ainda ser razoável: umas trinta (sem contar os hesperiíneos, de identificação
difícil). Entre as poucas plantas nativas floridas se destacam o mulungu e a
pitangueira; a última está atraindo legiões de abelhas. Flores vistosas exóticas
há em abundância: aqui na chácara se trata principalmente de azaléia,
beijo-de-frade, camélia, esponjinha-vermelha, hibisco e malvavisco. Assim,
agosto está sendo o mês das flores vermelhas e roxas.
Na
noite de anteontem chegou uma nova onda de frio e hoje a temperatura baixou para
um grau negativo na madrugada; é um acontecimento bem raro na planície
litorânea. Logo depois vieram os raios solares e o som alegre das aves, entre as
quais se destacou a voz fininha e simpática da risadinha (Camptostoma
obsoletum). Esse passarinho costuma descer ao litoral no fim de abril, para
passar o inverno aqui e voltar ao planalto no início da primavera.
As
“aves de verão” estão começando a chegar: em Curitiba a primeira foi o
saí-andorinha (Tersina viridis), em 15 de agosto (Marcelo Villegas
Vallejos, com. pess.) e aqui no litoral foi o bem-te-vi-pirata (Legatus
leucophaius), ontem! Nos próximos dias espero a volta dos primeiros
exemplares da andorinha-serradora (Stelgidopteryx ruficollis) e
andorinha-do-campo (Progne tapera). Fiquem de olho nelas também.
Um
grande abraço,
NdaR; Imagem do beija-flor meramente ilustrativa.
André August Remi de Meijer
REFERÊNCIA
Boschilia, E.C. 2011.
Bosque da família Gallotti: uma história urbana de recuperação e regeneração
da natureza no paradigma de gestão ambiental natural de Curitiba. Fundação
Cultural de Curitiba. viii, 152 p.
André, muito obrigado por compartilhar conosco esta indicação. Um grande abraço.
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