O mês de Maio, o quinto em nossa
tradição, parece possuir peculiar características pelas suas significativas
comemorações e, por essa razão, existem muitos registros e histórias sobre o
nome do mês. Mas, tudo indica que sua origem está relacionada ao de Maia, a
deusa romana da primavera e do crescimento. Se assim for, não é difícil de compreender,
também, o nome Maria e sua derivação.
Chamado, também, do mês das
noivas e das mulheres, ele exalta em nossa cultura diversos acontecimentos
como, por exemplo, no dia 3, o “Dia Internacional do Sol”, uma reverencia
mundial à nossa principal fonte de Vida e Luz, que é, também, uma estrela de
quinta grandeza e se constitui o centro do nosso sistema planetário. Embora o
Sol, em varias tradições, esteja ligado ao arquétipo do pai, é preciso lembrar
que, em verdade, ele é uma estrela, um corpo celestial, que oferece a tudo e a
todos, como uma eterna mãe, uma sutil nutrição.
O segundo domingo, deste peculiar
mês, é reservado às mães. Só por isso já valeria ser lembrado como especial,
uma vez que nossas vidas têm em seus ventres suas origens e nossas sobrevivências
com elas particular vinculação.
Nele, também, sempre acontece,
segundo a tradição Cristã, o Dia da Ascensão do Senhor e o Corpus Christi,
datas de extrema importância para aqueles que buscam a compreensão dos
Mistérios Divinos. E, ainda, pelas tradições Judaica e Cristã, quase sempre o
Pentecostes, onde – na primeira - estão velados os significados da entrega dos
Dez Mandamentos ao Libertador Moisés, no Monte Sinai, e – na segunda – os
segredos da descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos, cinquenta dias após a
crucificação.
Já o seu dia 13, também,
apresenta momentos especiais, como a aparição de Maria para os pastorinhos em
Fátima, no ano de 1917 em Portugal. E, também, o ato da assinatura da Lei Áurea
no ano de 1888, pela princesa Isabel que assumiu o trono provisoriamente no
lugar do pai e tornou-se a grande libertadora dos escravos no Brasil. Este foi
um ato marcante para a humanidade ainda que na esfera de nosso país e - vale
lembrar - promovido por uma mulher.
Neste mês, exatamente no dia 15,
acontece também outra data internacionalmente conhecida em que se comemora,
desde 1994, o “Dia da Família”, em reverência a data em que a ONU celebrou o Ano
Internacional da Família, através do tema “Família, Capacidades e
Responsabilidades num Mundo em Transformação”. Ora, coincidência ou não, referenciar
a família no mês das mães parece-nos, no mínimo, possuir uma estreita relação.
Ainda, no dia 25 de maio é
comemorado o “Dia da Adoção”, que foi criado em 1996 no I Encontro Nacional de
Associações e Grupos de Apoio à Adoção, quando foi defendida a ideia de que a
adoção é uma realidade social que se concretiza através de ato jurídico, que
“cria entre duas pessoas vínculo de parentesco semelhante à paternidade e
filiação”. Aqui outra curiosa relação, pois adoção esta vinculado a um
sentimento profundo de acolhimento e, sobretudo, de proteção, muito natural ao
espírito da maternidade.
Enfim, além de estar
estreitamente ligado à Alma da Mulher ou acontecimentos que revelem
características de natureza feminina, talvez para finalizá-lo não deve ser sem
razão que, em seu último dia, é comemorado o Dia de Nossa Senhora da Visitação,
uma antiga tradição que lembra o encontro das duas supremas Almas Femininas que
trouxeram ao Mundo a Esperança da Redenção de toda a Humanidade.
Para muitos - sobretudo aqueles
que têm os olhos voltados para o Conhecimento Universal e a percepção aberta
aos símbolos como instrumentos de profundas revelações - esta comemoração marca
um peculiar momento na história dos homens, onde está representado o encontro,
o reconhecimento, entre a Antiga e a Nova Tradição.
Assim, de forma simbólica ou não,
podemos reverenciar neste acontecimento um profundo significado, onde Isabel -
nascida entre os Essênios e ainda que mulher velha e estéril - traz para Mundo
a chave que encerrou o movimento da descida da Alma ao Precipício da Evolução.
Enquanto que Maria - a virgem da mais sublime história de concepção - vem
representar a jovem Sabedoria que se curva diante da sagrada Tradição, para
cumprir sua suprema missão. Ou seja, anunciar ao Mundo a possibilidade da
Salvação, abrindo assim o primeiro selo da dolorosa Via da Paixão.
Que este peculiar mês, no seu
terminar, seja ainda um profundo motivo de nossas reflexões.
Fraternalmente;
José Paulo Ferrari, 31
de maio de 2013!
Saudações Mestre. Muito obrigado e um grande abraço.
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