ATUALIZADO EM 27 MAIO 2014
Sempre fui muito chegado a meu pai, aos 60 anos ainda o tinha comigo! Confesso que ao longo da vida, dele, sempre ocultei uma pontinha de inveja, pois não cultivava outro sentimento senão possuir dele um pouco do que era... Muito forte, rude, valente, hábil domador de cavalos (animal que adorou enquanto viveu), extremamente ético, letrado apenas na escola da vida, mas extremamente inteligente, encontrava sempre no arquivo de sua memória privilegiada um conselho, expressado em forma de ditos populares, para cada situação por mais inusitada que se mostrasse!
Lamentarei sempre não ter estado com ele, junto dele, quando se foi... Encontrava-me no exterior quando, numa manhã, recebi a notícia: “seu pai resolveu ir para o Tocantins”... Claro que entendi o recado, pois tendo vivido como se não fosse morrer nunca, já ido ai pelos seus oitenta anos, imagine, ainda sonhava se lançar em nova aventura, numa nova fronteira que do nada e quase que de repente havia surgido ao norte do Estado de Goiás! Mais tarde fiquei sabendo que já próximo dos seus últimos momentos, num relance de lucidez, uma enfermeira que passava lhe perguntou, até como rotina da profissão: o senhor precisa de alguma coisa? Não respondeu apenas permaneceu em silêncio, pois nem se apresentava mais em condições... Apenas como prova de que estava consciente, deixou rolar uma lágrima... Foi sua última manifestação de vida!
Que saudade do meu velho...
“Sotero Índio do Brasil Ribas”.
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