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.- A ÁRVORE QUE O SÁBIO VÊ, NÃO É A MESMA ÁRVORE QUE O TOLO VÊ! William Blake, londrino, 1800.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Desta para melhor

Imagem do Google e texto enviado pela grande jornalista pindamonhangabense Doca Ramos Mello, a quem agradecemos:

{...} Eu dizia que não pretendo ter velório. Decidi isso escolada nas caras de mosca de padaria que fazem as pessoas em torno de um morto, a louvar-lhe os feitos, o caráter, ah, excelente figura, que amor, tão bonzinho... Esta última parte é a que mais me assombra o espírito - imagine alguém falando de minha ilustre pessoa desse jeito, ali, à beira do meu caixão, e eu sem poder fazer nada...?! Nem vem. Seria mais apropriado se dissessem "ah, mas era tão ruinzinha"... E alguém se atreveria? Duvido. Porque a Morte tem essa coisa meio solene, é fechar os olhos e passa o morto a ser um anjo de candura, ah, morreu tão cedo, coitado, não merecia, ainda ontem estava ali, de repente, olha só, puf, que vida... Não quero isso p'ra mim, de jeito nenhum. Não desejo que me fiquem escrutinando a cara falecida nem fazendo comentários... E como sofro de claustrofobia, também não me disponho a ser enterrada porque vai que eu acordo lá embaixo da terra, Santa Maria Madalena, que terror, eu morro de vez! Tenho pesadelos com isso, sabiam? Então, serei cremada. Estou deixando tudo isso escrito aqui para que ninguém venha fazer gracinhas comigo na hora H, heim? Prometo puxar a perna de todo mundo, se não me obedecerem às ordens, e devo começar isso ali mesmo no tal velório, ah, acreditem...

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