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.- A ÁRVORE QUE O SÁBIO VÊ, NÃO É A MESMA ÁRVORE QUE O TOLO VÊ! William Blake, londrino, 1800.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Encontro com uma madona


Olá, saudações!

Há bom tempo desejava fazer uma singela homenagem a uma nobre alma que encontrei em uma das minhas peregrinações pelo Santuário de Aparecida, no Vale do Paraíba.

Chegou o momento! Uma pena que minha mente me traiu. Pois, já não me lembro mais o nome desta que jamais esquecerei. Mas, isto não importa. Importa sim o que senti, o que vivi e que agora divido contigo.

Todos, de alguma maneira em algum momento, temos um encontro insólito. Posso, com certeza, dizer que este foi um dos meus, já que sou agraciado pela natureza e, neste mundo de Deus, pelos caminhos da Vida, tenho encontrado e comungado com almas que são verdadeiras estrelas perante os Céus da Criação. Devo, ainda, confessar, que esta graça muito me agrada, já que acredito nos laços eternos da amizade, da solidariedade, que une todos os homens como irmãos.

Almejando que o presente texto possa te agradar, ouso contigo dele compartilhar!

Fraternal abraço;

José Paulo

Encontro com uma madona

Um dia, estava caminhando no interior da basílica de Nossa Senhora Aparecida, no Vale do Paraíba, para uma das minhas costumeiras reflexões, quando avistei entre a multidão de fiéis uma velha senhora que, de imediato, me chamou a atenção. Sua estatura era pequena, suas roupas eram simples, seu corpo já se encontrava alquebrado, seus passos eram curtos, mas seu olhar, decorado pelas marcas do tempo em sua pele negra, era vivo como uma chama de intensa luz.

Entre todas as pessoas, que buscavam o alento ou o reencontro com a fé, aquela simples e divina mulher verdadeiramente me atraiu, fazendo com que dela me aproximasse e do meu mundo, por momentos, me esquecesse.

Por sorte, entramos juntos no elevador que à torre do prédio conduz. Fascinado por sua singular imagem e seu peculiar magnetismo, sorridente me aproximei. E, externando um olhar de admiração, ligeiramente me curvei. Pedi licença, as suas mãos tomei entre as minhas e as beijei. Em seguida, com elas, levemente, minha face toquei.

Ao sentir o perfume rude e a maciez daquelas mãos, a bênção daquela criatura impar roguei.

Em resposta, a insólita senhora, mesmo sem dentes, sorriu. E, com voz firme e suave, disse: “Que Deus te abençoe, filho!”

Naquele momento, minha alma se estremeceu. Pois um intenso carinho meu ser percorreu e eu, como que embalado por uma aura de luz e envolto em um som de paz, vivenciei o passado naquela antiga senhora de fé, que logo em seguida soube já se aproximava dos cem anos de idade e no interior de Minas em um sítio vivia.

Posso ainda dizer que, instantaneamente, naquele momento contemplei a nobreza de uma velha alma que, apesar do tempo e do sofrimento da vida, possuía forças para sua crença, junto à multidão e num distante templo, ainda expressar.

Por alguns instantes, segurando firme as minhas mãos, a velha senhora permitiu uma comunhão entre nossas almas. E, quase que como uma oração, lhe confessei minha admiração. Ela, por sua vez, também um suave sorriso esboçou, mostrando no olhar sua admiração pelo meu gesto simples.

Hoje posso, com segurança, afirmar que havia um encantamento, uma fantasia, naquele profundo e belo olhar. E, mais, que eu fui, naquele instante e lugar, agraciado pelo poder do amor incondicional daquela inesquecível madona que muitos sequer notaram sua presença em tão singelo sagrado lugar.

José Paulo Ferrari – 13 de junho de 2011, segunda-feira.

Obrigado meu caro amigo e Mestre José Paulo. Emocionante relato. Coincidentemente ali abaixo postei o texto "Inteligência Espiritual" , enviado por outra alma especial, Admilson Júlio Novaes Sofiatti, de Santo André e indaguei sobre se tínhamos tal inteligência. A sua resposta, antecipadamente, veio através desta comovente citação. Enobrece o bloguito contar com pessoas como vocês. Uma benção a todos nós.
Obrigado gente.

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