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.- A ÁRVORE QUE O SÁBIO VÊ, NÃO É A MESMA ÁRVORE QUE O TOLO VÊ! William Blake, londrino, 1800.

sábado, 15 de dezembro de 2012

DESAPARECIMENTOS


Em 15 dez 2012; sábado; às 00,05 horas

Sérgio, veja o anexo desta mensagem.

Eu a redigi em 2/3 de abril de 2006.

Infelizmente ela continua atualíssima.
Creio que existe uma estatística indicando que no Brasil,
o número de pessoas que desaparecem, é
extremamente elevado.

Ao ver a súplica da mãe da Joana Xavier de Souza Lisboa
lembrei-me desse questionamento que sempre me
intrigou.

Onde essas pessoas estão?
Como podem sumir na poeira sem deixar nenhum vestígio?

Mistério...
Fagundo.

Há longo tempo tenho me questionado sobre notícias de desaparecimento que são veiculadas nos meios de comunicação.
Hoje, 02 de abril de 2006, após ter assistido sexta-feira, dia 31, na Rede Canção Nova a entrevista
 do pai do escoteiro que sumiu dia 31 de março de 1986,  quando junto com um grupo de escoteiros tentavam chegar ao topo do Pico dos Marins, próximo à Cruzeiro/SP, mais uma vez voltei a me questionar o que teria acontecido com ele.
Assim como ele, temos o caso da Priscilla Belfort que literalmente evaporou-se; sumiu sem deixar nenhum rastro, pista ou vestígio.  
Em 1985, quando era engenheiro em São Miguel Paulista, conheci um gerente, Isamo Mutai, cujo pai adentrou a mata na Serra do Mar, para colher orquídeas e nunca mais foi encontrado. Ele era um conhecedor do local, pois com freqüência visitava a mata, por ser um orquidófilo.
Os homens do COE – comando de operações especiais da Polícia Militar de São Paulo, junto com grupos do exército, por vários dias fizeram buscas incessantes, sem nenhum resultado.
O mesmo sargento, de nome Paulo, que participou nessa busca, também participou na busca do escoteiro desaparecido.
Durante o programa na Canção Nova, um formando em jornalismo, falou do seu livro sobre o caso, informando que havia outro caso de desaparecimento, ocorrido quatro anos antes, no mesmo Pico.

Fico imaginando o desespero dos familiares diante de uma situação inusitada e inexplicável. A dor que toma conta dos corações diante do desaparecimento é indescritível.
Quando ocorre uma morte, pelo menos sabemos o destino do corpo. Não é das situações mais agradáveis mas temos uma certeza: faleceu e será  sepultado. Quando ocorre um sumiço as interrogações se sucedem aos turbilhões.
O que aconteceu? Onde está? Foi morta? Está viva? Foi sequestrada? Fugiu por livre vontade? Teve uma crise de amnésia? Adoeceu? Perdeu a consciência, o juízo? Está internada em algum asilo ou hospício?

Todas as pessoas próximas sofrem com o fato, mas a dor e o sofrimento, principalmente da mãe, é muito grande. Ela perdeu um pedaço de si.

Em todos os casos as pessoas não podem ser dadas como mortas, não foram encontrados nenhum sinal material que pudesse ser identificado como pertencente ao desaparecido. Não há morte sem o cadáver!

O que realmente aconteceu?

No caso do senador Ulisses Guimarães, cujo corpo nunca foi encontrado, existe a queda do helicóptero em que ele estava. Será que ele estava mesmo no vôo? O caso do helicóptero da VOTEC que caiu e nunca encontraram os passageiros que estavam sendo transportados.

Tem o caso da minha colega, cujo marido saiu para comprar, se não me falha a memória, um maço de cigarros e nunca mais apareceu. Deixou dois filhos. Literalmente evaporou-se.

São muitas interrogações.
Será que existe um caminho para se chegar a alguma conclusão?
Vou parando por aqui. São 00,05 horas de 03 de abril de 2006.
EU sinto que só resta orar e pedir a Deus, a Jesus e a todos os bons espíritos que iluminem esses casos, iluminem os seus figurantes, para que as mães ou os entes queridos que continuam sofrendo possam ter uma resposta que lhes sacie a sede da busca e da espera. Amém !!!

Dr. Fagundo;
O problema é bem mais complexo do que se apresenta. No Brasil, hoje, desaparecem por ano, aproximadamente, DUZENTAS MIL pessoas. 
É assustador.
Veja ===AQUI
Abraço e obrigado.

4 comentários:

  1. Muito estranho mesmo! Um dos casos mais notórios é o do menino Carlinhos. Até hoje...
    200 mil ao ano? É realmente assustador.

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  2. Realmente é assustador.
    Nós que temos descendentes de menor idade no tronco familiar podemos tranquilamente sentir arrepios na coluna vertebral!
    Dando um desconto por conta do acaso ou de situações fortuitas, fica a pergunta indigesta: "A quem interessa todos esses desaparecimentos?".
    Essa pergunta ajuda a produzir um mal estar bem mais acentuado.
    Será que chegaremos ao ponto de usarmos pulseira com identificador de GPS? O poeta Gióia Junior escreveu um poema dizendo que um pai só descansa quando escuta o barulho da chave girando na fechadura, a maçaneta acionada, abrindo a porta para o filho entrar!
    Esse questionamento sempre me intrigou e continuará intrigando.

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  3. Para os que desejarem conhecer o lindo poema do Jornalista Gióia Junior, transcrevo-o a seguir:

    Oração da maçaneta

    Não há mais bela música
    que o ruído da maçaneta da porta
    quando meu filho volta para casa.


    Volta da rua, da vasta noite,
    da madrugada de estranhas vozes,
    e o ruído da maçaneta
    e o gemer do trinco,
    o bater da porta que novamente se fecha,
    o tilintar inconfundível do molho de chaves
    são um doce acalanto,
    uma suave cantiga de ninar.

    Só assim fecho os olhos,
    posso afinal dormir e descansar.

    Oh! a longa espera,
    a negra ausência,
    as histórias de acidentes e assaltos
    que só a noite como ninguém sabe contar!

    Oh! os presságios e os pesadelos,
    o eco dos passos nas calçadas,
    a voz dos bêbados na rua
    e o longo apito do guarda
    medindo a madrugada,
    e os cães uivando na distância
    e o grito lancinante da ambulância!

    E o coração descompassado a pressentir
    e a martelar
    na arritmia do relógio do meu quarto
    esquadrinhando a noite e seus mistérios

    Nisso, na sala que se cala, estala
    a gargalhada jovem
    da maçaneta que canta
    a festiva cantiga do retorno.
    E sua voz engole a noite imensa
    com todos os ruídos secundários.
    -Oh! os címbalos do trinco
    e os clarins da porta que se escancara
    e os guizos das muitas chaves que se abraçam
    e o festival dos passos que ganham a escada!
    Nem as vozes da orquestra
    e o tilintar de copos
    e a mansa canção da chuva no telhado
    podem sequer se comparar
    ao som da maçaneta que sorri
    quando meu filho volta.

    Que ele retorne sempre são e salvo,
    marinheiro depois da tempestade
    a sorrir e a cantar.
    E que na porta a maçaneta cante
    a festiva canção do seu retorno
    que soa para mim
    como suave cantiga de ninar.

    Só assim, só assim meu coração se aquieta,
    posso afinal dormir e descansar.
    Gióia Júnior

    Site: http://pensador.uol.com.br/frase/NDgzNTg1/

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  4. Martavilhoso o poema! Nenhuma frase é tão verdadeira (e preocupante) como a do ruído da chave abrindo a porta da casa. O maior sinal de alívio que um pái e uma mãe podem sentir!

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