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RAUL RIBAS27 de dezembro de 2012 13:45Falando com Rosinha
Uma universitária ainda jovem, entusiasmada ao notar a facilidade como George Bernard Shaw escrevia tanto e tão profusamente, quis saber do já velho pensador escocês o que seria necessário fazer para também escrever tão bem? Shaw, como sempre irônico e irreverente, respondeu-lhe sem disfarçar certo cinismo na voz: “nada, há coisas minha filha que, não se aprende, ou se sabe ou não”.
Realmente, escrever, a exemplo de tantas outras virtudes, é graça congênita! Mozart nasceu músico tanto quanto Pelé nasceu jogando futebol... Triste mesmo me parece, quando alguém nasce com uma habilidade e por circunstância tantas e as mais diversas, delas não se apercebe!
Miguel de Cervantes, por exemplo, depois de ter fracassado ao longo da vida em inumeráveis iniciativas, derrotado e infeliz, recolheu-se a casa, e na falta do que fazer deu ao mundo o universal clássico “Dom Quixote de La Mancha! A nossa doce Cora Coralina, outro exemplo, escreveu seu primeiro livro depois do 60 anos de idade e a tempo de desfrutar enorme popularidade como poeta e escritora, graças a um elogio público de Carlos Drummond de Andrade de quem se fez amiga até a morte deste.
Assim sendo, pelo pouco que foi dito, que a nossa Rosinha me permita a ousadia de uma sugestão: - que adote como sua fonte de perene inspiração a nossa doce goiana de Goiás Velho, Cora Coralina, e se atente para o conselho que deixou: “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher. Nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas e ainda completou: "Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores". A propósito, ainda de Cora Coralina sobre as mãos: Mãos de semeador... Afeitas à semente ira do trabalho. Minhas mãos são raízes procurando terra. Semeando sempre.
Falando com Raul Ribas
Escrever começou como uma grande brincadeira no Facebook; ou talvez muito antes, quando na juventude era tímida no falar e ousava no escrever, como forma de conversar sem correr riscos. A vida e o curso de psicologia melhoraram o que acreditava ser defeito de fabricação, e os escritos ficaram esquecidos... Foram retomados como disse, quando já avó e aprendiz das artes da informática numa brincadeira no Facebook, e agora depois dos sessenta sem medos inúteis. Sem nenhuma pretensão daí saíram para o Ecoeantigos; me basta e me honra que continuem onde estão; jamais serão “Pigmaleão”ou “Don Giovanne”, assim como jamais jogarei futebol. Citando também Cora Coralina; “ O saber se aprende com os mestres, a sabedoria com o corriqueiro da vida...”,e é desse corriqueiro que falo; com simplicidade, como uma conversa entre amigos; distante anos luz do genial e atormentado Miguel de Cervantes que você citou, e como disse Cora Coralina ...”semear tranqüilo sem pensar na colheita....”
Feliz Ano Novo!
Rosa Marin Emed-Rosinha