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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

OS COMPADRES E OS ANOS VERDES

Beltran e Sylvio Simões na Padaria São Luiz

Olá Sergio:
Tempinho atrás, quando o Sylvio esteve aqui em Herculândia, estando na panificadora São Luiz, cujas fotos você postou no ecoeantigos, ele lembrou que o pai era compadre do saudoso Domingos Rodrigues Gordo, à cuja família ainda pertence a panificadora São Luiz, pois havia batizado um de seus filhos, lembramos que ambos eram muito amigos e tinham muitas afinidades. O Domingos Rodrigues Gordo, português de boa cepa, um figuraço provindo de Leiria, chegou à nossa região, segundo me informou agora a Da. Maria Alice, sua esposa, em 1929, dedicando-se de início à agricultura e anos após, já nos anos 50, adquiriu de Luiz Mouro o “Cine São Luiz”, o qual, por sua vez, havia adquirido de Luiz Galvão. Com o advento da televisão e da popularização dos carros de passeio, o movimento do cinema foi decaindo até o encerramento de suas atividades.

Sylvio Simões atravessando o Rio Iacri (rs)

A partir de então estabeleceu-se no ramo da panificação. Lembro-me bem que o lazer predileto do Sr. Domingos R Gordo era a caça nos locais onde ainda fosse permitida e principalmente, a pesca usualmente em finais de semana, juntamente com o Sylvio Pinto, pai do nosso querido J Sylvio. O Sylvio Pinto, segundo me informou um dia o saudoso Francisco Simões, mudou-se com seu pai, médico, para esta cidade, mais ou menos na mesma época, em 1929 e o seu pai, avô paterno do J.Sylvio, se estabelecera com consultório médico no prédio, ainda existente, na esquina da Av. Campos Salles com a Rua D. Pedro II, o mesmo prédio onde também anos depois, moraram o saudoso Joaquim Alves Nogueira de Lima e antes deste o saudoso João Martins.
O saudoso Sr. Francisco Rodrigues Simões

O Sylvio Pinto, assim como o Domingos Gordo, era uma figura carismática e popular e todos gostavam dele, despojado que era de qualquer preconceito, dotado de grande facilidade de se comunicar e de fazer e conservar suas amizades e as tinha em todas as camadas de nossa população, inclusive com nossa família, sendo um grande contador de causos. Talvez por isso, penso, que a palavra escrita e falada esteja no DNA do filho J. Sylvio. Afinal, quem puxa aos seus não degenera.

Caminhão Chevrolet 1948 a que o Beltran se referiu

Com tantas afinidades, o Sr. Sylvio Pinto e o Domingos R Gordo acabaram se tornando compadres de verdade no ano de 1960, com o nascimento do Dorival – o “Maninho”, do casal Domingos/Maria Alice, que foi batizado pelo Sylvio Pinto e Dona Zezé Simões, fortalecendo a amizade entre as duas famílias. De algumas pescarias, me lembro bem ainda em minha adolescência, por que delas participavam também meu pai e meus tios, indo no velho caminhão Chevrolet 48 de minha família, carregado com os encerados, a tralha de pesca e os mantimentos, permanecendo à beira do Rio que deveria ser o Feio ou o Tibiriçá, de um a dois dias, voltando com tal quantidade de peixes que não parecia crível que tivessem sido pescados simplesmente com varas de pescar ou jogando linhadas, sem utilização de outros “artefatos”. Mas deveria ser, sim.

Prédio do Cine São Luiz

Hoje imagino que os compadres estejam lá no céu fazendo grandes pescarias juntamente com São Pedro, o apostolo pescador, usando apenas varas de pescar ou linhadas, sem quaisquer outros “artefatos”.

Beltran Marin Gasquez

Na ausência de foto da pescaria relatada, ilustro com essa no Rio Verde, MT, onde está o pai deste teclador, que compunha com os amigos de Herculândia citados.
Excelente relato meu caro Beltran. Só não ficou clara a citação dos "artefatos". Quem sabe o J. Sylvio poderia nos esclarecer. Aguardemos, pois.
Obrigadão Beltran.

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