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.- A ÁRVORE QUE O SÁBIO VÊ, NÃO É A MESMA ÁRVORE QUE O TOLO VÊ! William Blake, londrino, 1800.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Homens são como construções


Uma antiga professora de psicanálise me dizia, durante minha graduação, que Freud comparava a aplicação da Psicologia ao trabalho da Arqueologia. Que tudo era uma questão de escavação. E, foi assim que logo descobri que o que iria se encontrar sempre era um mistério, já que muitos tesouros poderiam estar ocultos no interior da “terra”. Mas, também, surpresas desagradáveis e dolorosas, sem dúvida, viriam à tona e teriam que ser trabalhadas, catalogadas - para não dizer nomeadas - limpas, separadas e transformadas para futuros usos, uma vez que nada é em vão, tudo tem um uso e uma razão. 
De qualquer forma, aprendi com ela e tenho comprovado na prática que realmente é assim. Pois, a natureza humana é extraordinariamente rica e não existe um único tesouro, na sua grande maioria ainda soterrado, que seja igual a outro, embora possamos compará-los para admirá-los e com eles aprendermos e aperfeiçoarmos a “técnica da escavação”.
Assim, penso que Homens sejam como construções. Quando se olham para eles, em quaisquer fases de suas vidas depois da infância, não se vem seus passados, não se sabe como foram forjadas suas almas. E, muito menos, quem contribuiu, de uma forma ou outra, com sua formação. Tudo esta no passado. No inconsciente, no fundo de suas Almas, soterrados pelo tempo e aprisionados pelo medo. Embora, como bases, sempre podem ser pontos frágeis que fazem estremecer até os pontos mais elevados, de qualquer construção. 
As construções em geral, sejam belas ou desarmoniosas, suntuosas ou simples, que perduram ao longo do tempo, também são assim. Foram iniciadas a partir dos alicerces. Mas, tão logo ficaram prontas, esqueceram-se suas bases, suas fundações. Pois, logo as enterram abaixo do nível do solo, longe dos olhos!... Mas, elas continuam lá, dando suporte para a "grande construção" ou as tornado frágeis, expostas a quaisquer vendavais. 
Ao caminhar pelas ruas e contemplar os mais diferentes seres humanos, estou sempre a me recordar que há casas simples e, também, enormes e extraordinários castelos. Mas todas as construções, independe de suas formas, possuem uma particular beleza e uma incontável riqueza que na verdade, a olhos nus, é impossível de ver. Nunca esqueço que cada uma delas tem uma missão que, de maneira simples, é sempre para acolher, abrigar e compartilhar. Pois, lá “fora” – no geral – é muito frio ou faz muito calor, quando não chove demais. 
Muitas construções quando vistas, às vezes, podem encantar por suas decorações. Fazendo esquecer que elas são passageiras e que podem se modificar. 
É claro que, por outras vezes, as decorações, dependendo da forma que foram instaladas, também, causam marcas profundas nas paredes e se tornam difíceis de serem alteradas ou nos obrigam a convivermos com elas por muito tempo. É óbvio, ainda, que tudo que adorna dá um toque especial à construção, já que a diferencia e a faz particular. 
Muitos se encantam com os decoradores e arquitetos que conhecem ao longo da sua existência, de tal forma, que acabam por esquecer o “Engenheiro”! 
Ora, mas se os homens são como as construções, que tem suas várias dependências e utilidades, é preciso, pois, valorizar todas as suas dimensões. Afinal, não somos somente corpos. Temos inteligência, sensibilidade e razão, para não falar da Alma e do Espírito que deve habitar em nossos corações. 

José Paulo FerrariQuaresma de 2013, 19 de fevereiro.

Mestre José Paulo Ferrari, muito obrigado e um grande abraço.

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