Cliquem aqui, http://radiovitrolaonline.com.br/, acionem a Rádio Vitrola, minimizem e naveguem suavemente sem comerciais.

.- A ÁRVORE QUE O SÁBIO VÊ, NÃO É A MESMA ÁRVORE QUE O TOLO VÊ! William Blake, londrino, 1800.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Inspirações do inverno

A hora da partida não é como a da chegada

"Eu sou uma alma. Bem sinto que o que darei ao túmulo não é o meu eu, o meu ser. O que constitui o meu eu, irá além.” – Victor Hugo

Muitos esquecem que todos nós envelheceremos. Que a lei inexorável do destino humano impõe um começo e um final a tudo e a todos nós!

Geralmente, o início, como a primavera, é um momento festivo, muito esperado, de grande alegria e contentamento para pais, avós, tios, parentes e amigos enfim. Quase tudo é tolerado, pois todos estão com muita paciência e disposição para “agüentar” as peripécias da criança, que é sempre muito engraçada, plena de vigor.
Porém, o final, como no inverno, pré-dispõe à tristeza, ao isolamento, a frieza nos sentimentos, ao distanciamento e, inclusive, a impaciência e a intolerância.
Este é, ao contrário do esperado nascimento, o momento negado, rejeitado, de profunda dor.
Muitos c
hegam, até mesmo, a esquecer que aquele ser envelhecido pelo tempo, doente, triste e distante, é o mesmo que lhe deu a vida, lhe ofereceu momentos significativos e inesquecíveis. E, também, contribuiu de inúmeras maneiras para que a família existisse, senão foi o próprio responsável pela origem de tudo e pela grande parte de sua manutenção.
Eu, particularmente, sonho para mim uma partida quase igual a minha chegada. Senão com muitas festas, mas, pelo menos, com a alegria de um dever cumprido.
Quando cheguei a este mundo, diziam os meus mais, fui muito esperado e festejado, já que sou o último da descendência do “seu” Artur e da “dona” Josefina e, por isso, por eles abençoado.
Quando partir, t
ambém, não espero tristeza. Mas, anseio pelo cultivo de uma imensa saudade.
Vim, como todas as crianças, com a força da esperança, para meus pais. Pretendo ir com a convicção dos meus filhos de que tudo valeu à pena, por que sei que – para confirmar o que disse o poeta – minha Alma não foi tão pequena.
Obviamente, pela minha própria condição humana, ao longo da vida, não s
ó plantei flores. Não só semeei bondade. Pois, certamente, também cultivei espinhos e espalhei inimizade. E, por essa razão, o inverno se apresentará frio e restringidor, como toda estação fria e transformadora. Sei que não só haverá perfumes na minha partida, do incenso que exalará o doce e suave aroma da eterna lembrança, mas alguns lamentos e um pouco de dor.
Mas, nós q
ue somos de um tempo em que vivencia de sentimento não era razão para se envergonhar e que a firmeza, os limites, de nossos pais nos fizeram, talvez, um pouco mais conscientes e, por essa razão, vivemos - senão praticando - pelo menos espalhando por palavras ensinamentos cristãos, temos uma missão ainda a cumprir.
Ou seja, inspirar os que estão aos nossos redores ao dever supremo da Vida que é a Ética, ao Amor que é a Tolerância e a Justiça e, sobretudo, a ensinar pelo exemplo a pratica da Caridade, nossa única e sublime herança.


José Paulo Ferrari


As imagens são do Google, do José Paulo e do Blog. Na impossibilidade de colocar as fotos do sr. Artur e da sra. Josefina, coloquei as do sr. João e d. Eufêmia, meus saudosos pais. Acima estão meus três netinhos e o Yuri, netinho do amigo Félix.
Obrigadíssimo querido José Paulo Ferrari por mais esta competente colaboração ao bloguinho.
Obrigado Durand por ter acertado a foto dos meus pais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário