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.- A ÁRVORE QUE O SÁBIO VÊ, NÃO É A MESMA ÁRVORE QUE O TOLO VÊ! William Blake, londrino, 1800.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Millor Machado, aprendizados


Caros leitores do Dinheirama, meu nome é Millor Machado e é um grande prazer conhecê-los.

No início do ano comecei uma empresa com meus sócios Luiz e Mauro, enquanto ainda estávamos na faculdade. Contarei aqui os principais aprendizados que obtivemos em nossos nove meses de empresa e coisas que não podem ser aprendidas em livros.

Lição 1: Se você quer moleza, senta no colo do vovô.
A primeira lição é sobre o início, o começo de tudo. Você nunca saberá quão difícil é começar uma empresa até viver isso na pele. Principalmente em se tratando de inovação tecnológica, pois o produto ficará pronto depois do esperado, pessoas te dirão que você vai falhar e conseguir clientes será mais difícil do que você imagina. Aceite que o mundo é assim e siga em frente. Se abrir uma empresa fosse fácil, qualquer um seria milionário.

Lição 2: O empreendedor empurra a humanidade para frente.
Há um ano, nossa empresa não era nada além da visão de dois estudantes que conversavam pelo GTalk. Hoje, temos um blog com 25 mil visitas mensais e um produto sendo lançado. Tudo que você conhece, desde sua caneta até um transatlântico, surgiu de uma ideia e foi transformado em algo real por um empreendedor. Transformar uma ideia em algo real é a essência do progresso humano. Sentir que estamos fazendo nossa parte é uma experiência indescritível.

Lição 3: As melhores empresas são aquelas que resolvem problemas reais.
De nada adianta uma ter uma ideia genial com uma tecnologia fantástica direcionada para um problema que ninguém tem. Você não precisa descobrir a cura do câncer para poder empreender. Existem milhões de pessoas e empresas por ai, cada uma com seus muitos problemas. Se você consegue agregar valor resolvendo algum desses problemas da sociedade, você tem um negócio em potencial.

Lição 4: Ter concorrência é algo bom.
Alguns ficam desanimados com a frase “A Empresa X já não faz isso que vocês querem fazer?”. Na prática, essa frase é um ótimo sinal! Se você não tem absolutamente nenhum concorrente em todo o cosmos, isso pode significar duas coisas:

  • Não há demanda para o que você está querendo oferecer;
  • Você não soube procurar direito seus concorrentes.

Lembre-se que o celular e os pombos-correio são concorrentes: ambos facilitam a comunicação entre pessoas distantes. Se alguém tem o problema que você quer resolver, de alguma forma, mesmo que ruim, esse problema já é satisfeito hoje em dia. Descubra quem são seus concorrentes para poder superá-los.

Lição 5: Empreender é a arte de responder a pergunta “E agora, o que faremos?”.
Por mais que você conheça todas as ferramentas de gestão, todos os dias haverá uma pergunta que na prática não poderá ser respondida por nenhuma ferramenta “E agora? O que fazer?”. Saiba definir prioridades para suas atividades. Checar e-mail não é tão importante quanto fechar uma venda. Tenha uma lista das coisas que você precisa fazer e não sossegue até que essa lista esteja terminada. Ai sim você pode ir checar seu e-mail e mexer no Orkut.

Lição 6: Construa algo útil antes de querer colher os frutos.
Quando você está no estágio inicial, tem somente uma ideia e mais nada, existem duas possíveis reações das pessoas: “Hum... legal!” ou “Uma porcaria”. Nenhuma dessas reações te dá feedbacks muito relevantes. Tente demonstrar seu produto o mais rápido possível. Só com feedbacks reais você conseguirá analisar se a sua ideia é viável ou não.

Tudo bem que Eike Batista abriu capital de uma empresa que só estava no papel, mas se você tivesse a moral que Eike Batista já possuía na época, dificilmente estaria lendo este artigo agora. Para os meros mortais, nenhum dinheiro ou feedbacks práticos virão antes de se ter algo para mostrar.

Lição 7: Conheça as pessoas certas.
Desde ter os sócios certos até conseguir contatos na mídia que falarão sobre seu produto, conhecer as pessoas certas é o que fará diferença na hora de espalhar seu produto por aí. Mas, se você não tem contatos influentes, capazes de te abrir portas, não tem problema. Tenha cara de pau. Um bom projeto (lição 6) e foco (lição 5) te ajudarão a chegar nas pessoas certas. Até mesmo as pessoas mais importantes torcem para que o próximo “Google” bata em suas portas.

Conclusão
Nenhum estudo te deixará tão preparado para empreender como o mundo real fará. Só se aprende sobre vendas falando com pessoas reais; só se aprende sobre estratégia tendo que criá-la do zero. Você pode até pensar “Isso não se aplica a minha empresa! Minha ideia é tão genial que uma multidão de clientes me procurará e eu sempre saberei o que fazer”. Acredite, eu já tive esse pensamento e vi que a realidade não é tão fácil assim. É sempre uma questão de trabalhar muito e da forma certa.

Millor Machado

Millor Machado é Engenheiro de Controle e Automação pela UNICAMP com experiência em vendas e consultoria estratégica. É co-fundador da Empreendemia e atualmente escreve sobre empreendedorismo no blog Saia do Lugar.

2 comentários:

  1. Oi Sérgio,

    Que bom que gostou da postagem! Te peço também para conferir o blog que escrevo com meus sócios, o Saia do Lugar.

    Abração!

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  2. Olá Millor:

    Claro que gostei da postagem. É um enorme incentivo a essa garotada que está vindo por aí, como por exemplo, o Glauco, filho do meu amigo Jaime, o Juquinha, que foi para S. Laky City treinar inglês e outros milhares de jovens.

    Só não gostei daquela parte que você fala do colo do vovô, pois sou septuagenário.

    Abração Millor e parabéns pela competência.

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