BONS TEMPOS
No anexo, mais uma foto de “antanhos” tirada lá no Palácio dos Campos Elíseos, antiga sede do governo de São Paulo, no início de 1963, também encontrada no fundo de um baú.
Da esquerda para a direita, em primeiro plano: eu (como se vê o tempo não teve complacência comigo), em meu primeiro mandato de vereador; os saudosos Francisco Rodrigues Simões e Helio Luiz Cabrini; o Sr. João Garcia (seu saudoso pai, Sérgio); após ele, o Geraldo, vereador eleito pelo Distrito de Juliania, outra daquelas figuras diferenciadas que
irradiava simpatia e espirituosidade, desfilando elegância com seu inseparável guarda chuva que, na época, se dizia que era para proteger-se da chuva e do sol (se bem que poderia ter outros usos).
Gostaria muito de reencontrá-lo. Em seguida ao Geraldo, mais duas pessoas que deveriam ser deputado e oficial de gabinete e, finalmente, sentado, o falecido governador Adhemar de Barros.
Segundo me disse o saudoso Francisco Rodrigues Simões, o governador Adhemar de Barros, pressentindo nuvens negras no horizonte político, pois prestigiara a investidura de João Goulart após a renúncia de Jânio, convocara prefeitos e vereadores dos municípios paulistas para comparecerem à sede do Governo e, com isso, fazer uma demonstração de força política.
Contudo, contrastantemente, também colaborou com a revolução, o que não impediu que fosse alijado do governo do Estado e tivesse seus direitos políticos cassados, saindo definitivamente do cenário político.
Viagem memorável aquela que fizemos naquele dia. Saímos de Herculândia no cair da tarde na “Cupê Ford 46”, do Helio Cabrini, o Sr. Francisco viajou mais cedo para percorrer as secretarias. O motorzão V8 da Cupê falava alto, deixando para trás “Gordines”, “Dauphines”, “Sincas Chambord”, “DKW”s, fusquinhas e o que mais surgisse pela frente.
Bons tempos aqueles, Sérgio. Havia respeito e urbanidade mesmo no relacionamento de vereadores da oposição com os da situação, cada um defendendo com respeito, mas com firmeza, seus pontos de vista nas questões controversas, tudo com a devida cordialidade.
Ninguém, absolutamente ninguém, chamava alguém de VELHO GAGÁ (não confunda com Lady Gaga, que poderia até ser pior) no ambiente camarário, nem se vestia carapuças, apenas se admitia com ponderação, as razões dos adversos. Chamar alguém de “velho gagá”, equivaleria, pela gravidade, a chamar alguém de “anosa” e “ensandecida surucucu” de todos os brejos e representava ignorância e uma inadmissível falta de argumentos, além de acarretar um desenlace nada amistoso. Isso naquele tempo. Hoje, até parece que não, mas é.
Eu seria incapaz de chamar alguém de “velho gagá” ou de “anosa” e “ensandecida surucucu” de todos os brejos, especialmente na ausência do indigitado. Longe de mim tamanha aleivosia.
Bons tempos aqueles, Sérgio.
Hoje tá tudo diferente.
Abraços, meu amigo.
Beltran Marin Gasquez .
Meu caro Beltran, esta saiu realmente do fundo do baú. Surpresa, ver o João Garcia aí. Eu desconhecia, pois residia na Capital onde trabalhava nas Indústrias Villares S/A e estudava no Colégio Comercial Rocha Marmo, na Vila Mariana, a noite. Tinha um professor, cujo nome não me lembro, que era Capitão do Exército e assim que o General Humberto de Alencar Castelo Branco assumiu o poder e começou fazer aquela limpeza ampla, geral e irrestrita, cassando mandatos e botando para correr toda aquela rataiada que sugava os cofres públicos, claro, não com a mesma volúpia de hoje, eram até que moderados, e indaguei do mesmo o porque da não cassação, até aquele momento, do governador Adhemar de Barros, pois corria fama de que era bem "espertinho", tão espertinho que sua amante, Ana Capriglione, que residia no bairro de Santa Tereza no Rio de Janeiro, teve seu cofre roubado por....deixa pra lá Beltran, esse pessoal hoje é poderoso... ao passo que o professor nos confidenciou que aguardássemos um pouco mais, pois em razão de São Paulo ser um importante Estado, precisariam elaborar um planejamento adequado e não deu outra, passados alguns meses o Castelão correu com o Adhemarzação, para alegria geral. O pior de tudo, é que eu tinha certa simpatia pelo Adhemar, que era do PSP, mesmo partido do qual meu pai era filiado. Santa Ingenuidade. Pé de pato mangalô três vezes.
Abração meu caro amigo Beltran e obrigado por abrilhantar o bloguito com mais esta maravilhosa partícula da história herculandense.
PS 1: Beltran, outra coincidência, tenho um amigo, o Carlinhos, que foi piloto de três governadores, Adhemar, Laudo Natel e Lucas Nogueira Garcez, o qual sempre conta histórias interessantes desse pessoal, por sinal, hoje a noite estarei com ele e levarei esta matéria.
PS 2: Quem senta hoje nessa poltrona é de Pindamonhangaba e está sempre por aqui. Hábitos simples, outro dia o fotografei no rústico restaurante do nosso amigo Alexandre, o São Marcos.
Atualização às 12,00 horas
Beltran, o outro meu amigo, desbravador da Villares de Pindamonhangaba, José Raul Machado Ribas, que a seu exemplo também foi vereador em Pindamonhangaba, e como você, incorruptível, o qual fez os dois comentários abaixo, acabou de me enviar foto histórica do atual Governador bem novinho, e uma curiosidade, foi o José Raul Machado Ribas quem abonou a filiação partidária do Dr. Alckmin.
Obrigado Raul e abraços a todos.
Oi Sergio
ResponderExcluirO seu comentário foi muito elucidativo sobre aquele periodo de nossa história que as novas gerações não presenciaram. Quando você se referiu ao Roubo na casa da Ana Carpiglione a minha memória se refrescou com aquele episódio. Realmente, pelo que consta, se trata de uma figura importante em nossa Republica. Sérgio obrigado pelo destaque. Não mereço tudo isso. Na assinatura ao final do texto, em seguida de meu nome faltoU "VÉIO GAGÁ". Se ainda puder, coloque, senão fica para outra oportunidade.
Abraços extensivos a tdos, SUELI, Zé SYLVIO, FELÃO E AOS DEMAIS que você tiver contato.
Beltran
Beltran, tomei a liberdade de suprimir a expressão ""VÉIO GAGA", que você mesmo se alcunhou (creio que deva ser atribuída a algum "NOBRE" edil da atualidade herculandense, não?)por absolutamente não concordar com o pejorativo qualificativo, pois "VÉI", hoje falam "VÉI", "VELHO GAGA" não tem a sua lucidez, com texto primoroso como esse, nem luta para o bem da comunidade, mas se você insistir, coloco, com dor no coração.
ResponderExcluirGrande abraço meu velho amigo de guerra.
Sérgio.
Ricardo16 de maio de 2012 09:58
ResponderExcluirLembrei do Vô, correndo atrás de mim e do Edinho em volta da mesa da sala na casa de Herculândia ao lado do posto, depois que nós jogamos ovos podres no paredão do posto rs.....
Imponente o "véio" João Garcia! Tem um ar de brabo, assim como o "fio"! Mas falando em governador, veja no anexo o que eu achei no meu baú...
ResponderExcluirHavia-me esquecido de perguntar: quem é aquele cara gordo sentado, na foto com o senhor João Garcia?
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