Por quê colocamos em nossas salas e copas a pintura do Leonardo Da Vinci, se temos uma bem mais colorida, movimentada e bonita?
Esta obra maravilhosa do Mestre Athayde fica no Colégio do Caraça, Município de Catas Altas, MG. a) Benedito Franco
Barroco II – Igrejas fechadas
Dia 02 de maio último – 02/05/2009 - saí de Lafaiete, passei por Ouro Branco, cuja igreja barroca estava fechada. Logo a seguir, cheguei a Itatiaia, sua bela igreja barroca também fechada. Até o Programa CQC andou reclamando do governador de Minas o fato de uma de suas equipes de repórteres ir a Ouro Preto e várias de suas igrejas se encontrarem fechadas.
O péssimo anel rodoviário de Ouro Preto – Patrimônio da Humanidade! - desemboca em mais de seiscentos quebra-molas no trecho que atravessa Mariana e vai para Santa Bárbara, mas compensado pela paisagem maravilhosa, pois a estrada estreita bordea a estupenda serra do Caraça. O triste é a paisagem lunar, deixada pela exploração de nosso rico minério de ferro, vendido a preço de banana pelas multinacionais – Vale e outras mais. Nosso minério nada Vale... A obra de Deus é realmente empolgante, mas a dos homens... A de Deus podemos descrever, mas a dos homens, não sei como. O mineroduto e a estrada de ferro ferem e dilaceram ainda mais a paisagem. A Natureza um dia nos cobrará.
Catas Altas, aos pés da imponente e brilhante Serra do Caraça, com sua maravilhosa Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, com as torres bulbáceas, é rica em talha branca e dourada – o púlpito feito por Aleijadinho. Os altares laterais são os mais bonitos que conheço – uma maravilha.
O Seminário do Caraça hoje localiza-se no Município de Catas Altas.
As igrejas de Santa Bárbara são uma beleza. A Matriz de Santo Antonio é uma das mais ricas e bonitas das minas gerais – as outras fechadas.
Brumal é um pequeno distrito de Santa Bárbara, em cuja grande praça há um chafariz, herança dos tempos coloniais, a pequena e suntuosa igreja de Santo Amaro e lindas casas coloniais, além de um ótimo restaurante. Parte da Igreja de Santo Amaro é riquíssima em ouro e parte de alguns dos altares laterais apenas pintada de branco. Igreja pequena, mas dá uma sensação de requinte e suntuosidade.
Em Barão de Cocais conheci a maior das igrejas barrocas até hoje visitadas por mim – menos requintada, mas alta, imponente e bonita.
De Barão de Cocais fui a Cocais, onde há igrejas barrocas - dizem que são lindas – todas fechadas e algumas abandonadas.
Até agora não entendi como o Estado e as Prefeituras querem expandir o turismo com o abandono de suas jóias e únicas atrações turísticas.
As mineradoras, a Vale principalmente, levam a riqueza da região e deixam buracos e paisagens lunares. Porque não ajudam a restaurar ou reconstruir as igrejas e as casas antigas? Para elas seria uma migalha diante do que ganham dessa região. Daqui a pouco deixam a região e largam para trás buracos e o meio ambiente doente.
Benedito Franco
Imagens do Google e agradecemos ao Benedito Franco pelo envio da matéria.
Caro amigo Sérgio
ResponderExcluirParabéns pelo blog – lindo e útil.
Grato pela apresentação de minha matéria.
Segue abaixo a primeira matéria que fiz sobre o assunto:
Barroco
Veja o que o amigo Humberto escreveu a meu irmão Darcy:
"Estou aqui neste stress danado; é este barulho das ondas do mar quebrando nestas horríveis areias brancas, onde as gaivotas insistem em bailar ao vento e, às vezes, mergulhando como flechas à procura do sustento... é muito difícil, mas alguém tem que passar por isso, não é mesmo meu amigo?
Veja se consegue tirar uma folga e deixar o acaso protegê-lo aqui em Cabo Frio aonde certamente você vai se distrair..."
Humberto teria outras opções, tão válidas e agradáveis quanto, ou mais cultas.
Estressado pelo barulho das ondas, naquelas areias brancas horríveis, a monotonia das mesmas gaivotas de sempre... a mesma praia, a mesma latinha de cerveja... presumo - monotonia total!
Poderia dar um pulo ali perto, no clima ameno e nas fantásticas paisagens de Teresópolis ou Nova Friburgo... Ou...
Vir para Conselheiro Lafaiete, antiga Queluz de Minas, a terra das violas de Queluz, a 100 km ao sul de Belo Horizonte, Br-040 - Rio-BH, no coração das cidades históricas de Minas - onde estão 70% das artes do Brasil e, aqui na Diocese de Mariana, 70% das artes das Minas Gerais.
Depois de se deslumbrar com a igreja barroca de Nossa Senhora da Conceição de Lafaiete, visitaria Congonhas, com seu Santuário barroco, com as esculturas, em pedra sabão, dos doze Profetas e com as Capelas, com sessenta e seis imagens em cedro em tamanho natural - maiores e melhores esculturas do Aleijadinho - ou as lindas pinturas do Athayde, ou ainda a maravilhosa Romaria. Almoçaria nos ótimos restaurantes, à beira da BR-040.
No dia seguinte, almoçaria na antiga e belíssima Fazenda dos Macacos, onde nasceu o Conselheiro Lafaiete, ou num dos restaurantes típicos de Itaverava, maravilhando-se com a linda igreja barroca e dando um pulo até Catas Altas da Noruega, vendo mais uma igreja barroca linda e bem diferente e digna de se visitar.
Um dia a mais e iria rumo a Tiradentes, passando por igrejas barrocas não menos bonitas que as de São João Del Rei, no Alto Maranhão, Entre Rios de Minas e Lagoa Dourada com seus rocamboles, e a presepial Prados.
continua...
...continuação
ResponderExcluirEm São João Del Rei, veria inúmeras igrejas barrocas. Na de Nossa Senhora do Carmo, o Cristo Inacabado - escultura em madeira, tamanho natural - assim como o Cristo no alto de um morro, com linda vista da região. Encontraria ainda a majestosa casa e, atrás da majestosa e belíssima igreja barroca de São Francisco, o túmulo do Presidente Tancredo Neves.
À curta distância de São João Del Rei, dormiria numa das numerosas e confortáveis pousadas de Tiradentes. Admiraria a igreja de Santo Antonio, das mais ricas em ouro e prata do Brasil, assim como a casa-museu do Padre Toledo e ainda compraria as inúmeras e artísticas peças de estanho ou prata ou os parrudos móveis coloniais.
Voltaria por Barbacena, entrando em sua igreja barroca, adquirindo, ou ganhando, rosas e mais rosas, comendo morango e apreciando as incontáveis estufas de flores. Uma região primeira produtora de rosas e a segunda maior produtora de flores do país, assim como a primeira de hortifrutigranjeiros de Minas Gerais.
Pela Estrada Real, atravessaria Lafaiete, passaria por Ouro Branco, onde há a bela e rica igreja barroca de Santo Antônio, a 18 km de Lafaiete, no caminho para Ouro Preto. Antes um pouco, há Varginha onde uma das pernas de Tiradentes foi exposta e colocada numa gameleira e, bem perto, em Carreiras, a Casa de Tiradentes, ponto de reunião dos Inconfidentes e descanso para os tropeiros e viajantes.
Subindo a serra de Ouro Branco, um bloco único e imenso de pedra, que emoldura a cidade que lhe dá o nome, admiraria em Itatiaia uma bela igreja barroca; poderá ver os trabalhos em pedra sabão em Santa Rita de Ouro Preto, donde tiraram as pedras para as esculturas dos Profetas de Congonhas, e a incrível Lavras Novas, com sua paisagem infinita. Da Estrada Real, serpenteando as serras, até Ouro Preto, palco de nossa Inconfidência, vislumbram-se pinturas de paisagens quase Alpinas.
Ouro Preto abriga a segunda igreja mais rica em ouro do País, de estilo barroco, a impressionante Matriz de Nossa Senhora do Pilar, a mais requintada, com mais de 500 anjos, inaugurada em 1771, tem mais de 400 quilos de ouro em sua estrutura. A Igreja de São Francisco de Assis, o mais fantástico exemplar do barroco mineiro: foi planejada e esculpida pelo artista Aleijadinho. Outra obra, tão importante quanto as igrejas em um passeio pela cidade, é o Teatro Municipal de Ouro Preto, o mais antigo da América do Sul, assim como o Museu e a Praça Tiradentes, e as Repúblicas dos Estudantes em seus velhos casarões.
Ao lado de Ouro Preto há Mariana, primeira capital mineira, com muitas igrejas lindíssimas - na catedral, um órgão, o mais antigo do Brasil, funcionando, com concertos semanais. Poderá visitar o simpático Zizi Sapateiro, pintor de fama mundial e com muitas pinturas no prédio da ONU.
Se andar mais um pouco por esta região, encontrará artes ímpares, em mais e mais igrejas barrocas em Cachoeira do Campo ou as de Catas Altas, Santa Bárbara e Barão de Cocais, pousando no maravilhoso e antigo Seminário do Caraça.
Voltando por Belo Horizonte, visitaria Santa Luzia e em Sabará as igrejas barrocas cheias de ouro, a inigualável igrejinha de Nossa Senhora do Ó e o não menos notável teatro barroco.
E tem mais: muitas dessas igrejas são projetos e construções do próprio Aleijadinho - e algumas do também construtor, seu pai.
As cidades históricas transpiram cultura, beleza e arte.
Viu que a troca vale a pena?... Viu quantos "muitos", "inumeráveis", "lindas", "igrejas barrocas", "maravilhosos", "fantásticos", "história" etc.!
Tudo isso em cima de uma das maiores reservas de minério de ferro do mundo! Poderão ser admiradas durante quase todo o percurso! E as paisagens?... Demais!
E ainda... voltará doutor em Aleijadinho!...
Não é uma troca... É uma soma.
Abraço amigo
Benedito Franco