Fotos acima do ecoeantigos em julho de 2000
José Raul Machado Ribas
Apesar de manter-me inteirado há meio século sobre a política local, confesso, que desta vez, com relação às próximas eleições encontrar-me mais por fora (como se dizia antigamente) do que umbigo de vedete! A começar por não saber quem representa a SITUAÇÃO (atual administração) e quem desfruta legitimamente do direito de se apresentar como OPOSIÇÃO além do senhor Vito Ardito Lerário – PSDB - é claro, e, diga-se de passagem, com todas as credenciais para tanto.
A primeira vista, poderia considerar
também o Partido dos Trabalhadores – PT como oposição, mas não seria legítimo e
até estapafúrdio por faltar-lhe credenciais, uma vez que participou da
administração João Ribeiro até ao apagar das luzes do prazo para
desincompatibilização do seu atual candidato a prefeito, Carlos Casé que,
inclusive, lastreia sua campanha eleitoral, em realizações da atual
administração, no Distrito de Moreira César.
Agora, legitimidade como
representante da SITUAÇÃO (atual administração) poderia atribuir ao candidato Paulo
Sérgio Torino, uma vez que o seu Partido, o PSB, digo, PMDB, sacramentou em
Convenção coligação para a eleição majoritária, com o PPS, Partido do atual
Prefeito João Ribeiro. Mas aqui é que o “bicho pega”, pois por incrível que
pareça, este, tem emprestado à sua campanha uma atuação tão oposicionista que
chega, penso cá com meus botões, a provocar inveja ao senhor Vito Ardito! Beira
às raias do absurdo perdoe-me a burrice pessoal, entre outros mistérios, a ausência
na programação no Horário Eleitoral Gratuito da sua candidata à vice-prefeita,
senhora Mirian Alckmin Nogueira (atual vice) e do próprio Prefeito João Antonio
Salgado Ribeiro! Bolas! Será que em Pindamonhangaba a política é diferente
daquela que se pratica nos milhares de outros municípios brasileiros? Não é
concebível, foge, escapa, à compreensão do principal interessado nesta história
toda que é o povo! Conclusão, ou, aos 75 anos me tornei gagá de vez, ou muita
gente está mentindo e escondendo fatos. Pessoalmente declaro-me inclinado,
desde o início da atual campanha eleitoral, a votar num candidato que
represente continuidade à excelente obra administrativa levada a efeito nos
últimos oito anos, realizações que saltam aos olhos de todos que, sem distorção
ideológica, conveniência política ou de qualquer outra natureza, saia às ruas
ou visite bairros da periferia. Meu Deus, quando o atual prefeito tomou posse
sequer encontrou um lugar para sentar-se, uma vez que a casa (Palacete 10 de
Julho) que lhe foi destinada estava em ruínas e a constituir risco de vida para
mais de uma centena de cidadãos, aliás, que se registre também que os demais
Poderes, Legislativo (Câmara de Vereadores) e Judiciário (fórum) ganharam novas
instalações. Mas voltando ao que mais me motivou para este desabafo, que é a candidatura
do senhor TORINO. Sinto-me, enquanto brasileiro, eleitor e na plena posse dos
meus direitos políticos, no direito de questioná-lo sobre, politicamente
falando, qual a colocação que empresta à sua candidatura já no epicentro da
atual campanha eleitoral: SITUAÇÃO OU OPOSIÇÃO? Perdoe-me o ilustre Diretor da
nossa unidade do SENAI, mas não sendo, ou lhe faltando coragem para uma
resposta clara, direta e sem subterfúgios, não terá, por respeito ao eleitorado
de Pindamonhangaba, a necessária credibilidade para sequer, com honra,
manter-se candidato até as eleições... Sinto muito, lamento mais ainda, a
necessidade de dizer, e dizer usando da clareza que pessoalmente sempre usei,
inclusive e principalmente quando de minha militância política, que, não
assumindo a contratada e solenemente assinada, numa Convenção Partidária,
postura de SITUAÇÃO, representando a continuidade da atual administração e
divulgando com ênfase suas realizações, o senhor, meu amigo, poderá chegar até
as urnas, mas simplesmente como um respeitável Diretor de Escola do SENAI,
nunca como um líder a altura da minha cidade.
Bem, mas temos ainda uma peça neste
quadro de xadrez, peça que chegou, assim, como quem não quer nada além de
representar um catalisador de votos de protesto e, para surpresa geral, cresceu
mesmo sem o fermento popular da probabilidade ou viabilidade eleitoral: Gugu
Mello! Claro que não é o melhor ou aquele que reúne maiores qualificações, mas
tenho que convir, com respeito aos demais, tratar-se de alguém que se dispõe a
dizer quem é o que é sem preocupar-se com o que dele possa estar pensando o
eleitor! Dele sei apenas que não carregará
a lanterninha...
Mas para dar fim a esta cansativa
peroração, quero aproveitar a oportunidade de esclarecer que, como eleitor, cancelei
minha filiação no PPS levado exatamente pelo aparente desinteresse do atual
prefeito em trabalhar politicamente no sentido de administrar sua própria
sucessão. Esclareço, entretanto,
trata-se o atual prefeito, para mim, uma espécie de irmão por adoção e que
tanto quanto aos seus irmãos, tenho especial estima e respeito. Bom também que
se esclareça que pessoalmente, em seu gabinete o visitei em oito anos, uma
única vez. Nem por isso deixei de ser prontamente
atendido quando dos meus apelos, via telefone, sempre dizendo
respeito exclusivamente ao interesse público e geral. No momento, entretanto,
folgo em dizer que sua ausência nas lides de campanha não me incomoda, pois
longe das intrigas e maledicências tão comuns nessas ocasiões, me parece
ocupar-se com mais tempo no fecho de uma obra administrativa, que a história,
certamente, como a grande juíza do tempo haverá de se mostrar justa sem a
necessidade de complacência, como marca divisória no tempo definir aquilo que
foi o ANTES E O DEPOIS.
Raul Ribas – RG. 3 864 083
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