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.- A ÁRVORE QUE O SÁBIO VÊ, NÃO É A MESMA ÁRVORE QUE O TOLO VÊ! William Blake, londrino, 1800.

sábado, 9 de maio de 2009

Rafinha; Em homenagem ao seu aniversário transcrevo a carta que lhe enviei em maio de 2005. Eu sei que alertou suas professoras. Parabéns meu querido.

Fotos do bloguinho
Meu queridíssimo neto Rafinha:

Guarde bem este papel amassado em anexo. Guarde-o para sempre e mostre-o aos seus filhos, netos, bisnetos... Este papel, hoje, você não quis entregá-lo às suas professoras Marta e Mara, não por discordar do que está escrito, mas por pura vergonha. Como não consegui convencê-lo a levar o bilhete às professoras, fiquei muito triste, amasseio-o e joguei-o no lixo. No caminho de casa até a escola, uns cinco minutos, fui fazendo um discurso a você. Disse-lhe para não ter vergonha de agir corretamente, tenha vergonha sim, de agir incorretamente.
Disse-lhe, é claro, hoje não compreendeu, mas amanhã compreenderá, que o Brasil está uma bagunça generalizada, com corrupção para tudo quanto é lado, porque o nosso povo é passivo, anda de quatro patas, igual a burro puxando carroça e eu, não quero que você seja assim. Você é um bom menino e eu, lhe disse isso. Contou as moedinhas que eram presente de seu aniversário, que estavam no vidro de Toddy, tinha R$ 98,50, você separou os R$ 50,00 seus e deixou o troco de R$ 48,50, não pegou nenhum centavo a mais, só pegou aquilo que era seu. Provou que não é “esperto”, que não é desonesto. Mostrei também que você é amigo dos passarinhos, quando vem aqui em casa, alimenta os pássaros, lembrei que num determinado dia, tirou uma foto de dezenas de rolinhas levantando vôo, isso tudo é muito bonito, você adora os animais. Em todo lugar por onde passa e encontra um cachorro, não quer saber se o cachorro é bravo ou manso, doente ou sadio, grande ou pequeno, feio ou bonito, corre ao seu encontro para acariciá-lo. Sabe o que isso significa? Significa bondade, significa amor e isso é ótimo.
Siga sempre assim. Você já foi até mordido pelo Dino, lembra-se? Porém não foi por maldade, o Dino não compreendeu sua brincadeira. Então, Rafinha, era isso que o vô chato queria lembrar a você. Na historinha estudada hoje no livro escolar, num determinado trecho, o jogador de futebol Roberto Rivelino conta que na sua infância atirava pedras com estilingue em cachorros e preás e o vô queria que você dissesse às professoras que se fosse hoje, o garoto Rivelino estaria cometendo dois crimes, um ecológico, contra os preás, outro de crueldade contra os animais, com relação aos cachorros e o vô pediu para você alertar as professoras para dizer aos seus coleguinhas que neste ato, o Rivelino, que foi muito bom para o Brasil e para o futebol, não agiu corretamente com os pobres bichinhos.
Você não entendeu o que o vô estava a dizer, ficou emburrado e foi ouvindo um sermão no caminho da casa do vô até a escola. Note bem! Foi ótimo que isso tenha ocorrido. Sabe por quê? Porque vai se lembrar deste episódio para o resto da vida e um dia, quando tiver consciência adulta, se lembrará perfeitamente de que o vô fez isto para aperfeiçoar ainda mais a boa educação que tem recebido de seus pais, por este motivo que você e seu irmão, o Juquinha, são dois garotos bons. Lembre-se ainda de quando desceu do carro, na porta da escola, o vô ainda lhe disse tudo bem, se não quisesse entregar o bilhete às professoras, lhes falasse que o garoto Rivelino não agiu corretamente naquela ocasião e que o vô ficaria muito feliz. Ainda que você não tenha dito nada às professoras, não faz mal. A lição foi muito boa e servirá para que continue a ser um bom menino e com certeza, um adulto ótimo.
Lá na frente, um dia, relendo esta cartinha, se tiver vontade de falar com o vô e ele estiver bem distante, faça o seguinte; suba num morro, bem alto e fale bem baixinho, que o vô irá ouvi-lo e ficará muito orgulhoso do netinho muito querido que se tornou um homem de bem, honesto, trabalhador e sobretudo, de um enorme coração.
Um beijo Rafinha, para você, do vô que te adora e também para o Juquinha, a Juliana e a todos os demais.
Pindamonhangaba, 17 de maio de 2005, 14,30hs.

4 comentários:

  1. Olá Anônimo:
    Obrigado pela visita e pelo comentário. Fiz questão de publicar uma carta pessoal a um netinho, principalmente porque o tema é de interesse geral, pois transmite uma mensagem de bom proceder, de formação positiva à nossa juventude, ao mesmo tempo em que reforça esses ensinamentos que ocorreram há uns quatro anos. Queira Deus que as forças do mal que estão espalhadas por aí não esburaquem o caminho que procuramos pavimentar.
    Abração e volte sempre,
    Sérgio.

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  2. Ola VÔ! Lembro-me desse episódio, e lembro tambem que não entreguei a carta mas apesar de nao entregá-la comen-te-eia com as minhas professoras, e por vergonha nao falei com o Senhor.

    Assinado: Rafinha

    obs: Não sei como coloca nome :)

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  3. Oi Rafinha:
    Eu sabia que você havia comentado com suas professoras, veja lá no título deste post e sei também que seu comportamento com relação aos animais só se aperfeiçoou nestes quatro anos. Que bom.
    Você sabe que o vô nunca maltratou um passarinho, nem no tempo de moleque, graças a uma lição absorvida no grupo escolar (é assim que se chamava) contida numa cartilha, cujo título era "O arrependimento". Quando me vier inspiração escreverei sobre o assunto.
    Vamos encerrar com a célebre frase do
    Albert Schweitzer (parente do grande Jorge Schweitzer)
    "Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante."
    Beijão meu querido netinho.

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