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.- A ÁRVORE QUE O SÁBIO VÊ, NÃO É A MESMA ÁRVORE QUE O TOLO VÊ! William Blake, londrino, 1800.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Saudade de Herculândia XXII

Amigo Sérgio,

Acho que uma das últimas vezes que nos vimos deve ter sido na Semana Santa de 1962 quando, na sexta-feira da Paixão nós saímos numa boa turma para subtrair frangos e galinhas dos quintais dos mais dorminhocos...

Lembra-se disso? Você havia levado uma turma de amigos de SP, cujos nomes não me recordo. Apenas de um tal de Capí (acho que era do ES) e um xará seu.
A única regra que devíamos respeitar com relação às penosas era que não deveríamos tirar nenhum bípede do Juca Galinheiro, pois ele vivia da venda delas. Lembro-me que isso foi cumprido. Lembro-me também de alguns participantes da gang, além de nós dois: Meu primo Airton, Isao, Luiz Carlos e Reinaldo Schilini, Toninho do hotel, Zé Carlos Garrincha, Davizinho, Walmir, FranceLuiz (não me lembro se o Levi estava ou não).
Nos reunimos naquela madrugada no quintal da casa do Dr. Pimenta para depenar as penosas, num tacho grande em baixo de uma mamoneira. Num dos galhos estava uma franguinha. Peguei uma vassoura e pedi ao Luiz Carlos para que a colocasse sob os pés da dita cuja e a trouxesse com bastante calma e vagar. Quando chegou perto de minhas mãos e sem que ela pudesse dar um pio, foi devidamente estrangulada e, em seguida depenada.
Sem percebermos, e já de caco meio cheio, acabamos por atirar as penas do outro lado do muro e a vizinha, logo pela manhã chamava pela tal de Titica. Nada da Titica! Aí a dona via as penas e
entre elas divisou as de sua estimadíssima penosa. Fez um escândalo, foi à delegacia reclamar e o delegado a recebeu com a seguinte informação:
"Minha senhora, foi só uma sua? Bem, do meu galinheiro foram umas três"... A dona não tinha outra saída a não ser voltar chorosa para casa para providenciar à inumação das penas da Titica... No sábado de Aleluia fizemos frango de todos os tipos: Assado, ao molho, à passarinho, recheado, etc...
Depois disso e antes de me iniciar no Bradesco, estive com o meu primo Airton, em sua casa na Av. Alcântara Machado. Estavam lá alguns amigos, entre eles o France Luiz.
Acho que essa foi a última vez.

No Bradesco comecei pela agência do Ipiranga, onde fiquei de novembro de 63 a janeiro de 64, quando fui transferido para o Centro de Processamento de Dados, onde fiz longa carreira e saí do banco em 1983. Foram 20 anos muito bons.
O Felix ficava mais no centro de SP, trabalhava com um amigo comum, o saudoso Ibrahim Bezerra. Sabia sobre o Felix sempre através do Ibrahim. Tive muito pouco contato direto com o turcão! Na Cidade de Deus, de Herculândia, trabalharam por muitos anos o Jorge Kaneto e o Zeferino Rodella.
Como você bem recordou, nossos pais eram bons amigos e correligionários na política. Me lembro muito de seu pai e das vezes em que eu e Levi íamos à sua casa em cima do posto e cantávamos músicas que posteriormente seriam taxadas de subversivas, como uma tal de "Basta Ya" além de poemas e poesias de Neruda. Levi sabia todas, eu ia na cola... Eu contava piadas em espanhol (e de espanhol) e seu pai se esborrachava de rir. Bons tempos.
Hoje mando uma foto do casamento do Luis Francisco onde estão: Tia Estrela e Ivete (eu no centro) e sentadas a Eiko Fukushiro, Ana Maria, Sueli e Claudete, todas amigas de longa data e dos bailinhos no Herculândia Clube.
Por hoje é só...
Um grande abraço,
J. Sylvio
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Pô Sylvio, me entregou não? Acho que sua memória andou falhando um pouco, pois quando minha mãe matava frango eu saia de perto. Covardão, não presenciava a matança, mas comia. Você falou nas penosas do delegado e me lembro bem de que quem adorava as penosas era o dr. Manoel Vilarinho Rodrigues Júnior, creio que as galinhas eram dele, mas como amigo dos nossos pais, fez vistas grossas.
Agora a nota triste. Dos nomes citados, já foram para o céu Walmir, Davizinho, Isao, Luiz Carlos, Reinaldo e o José Paulo, irmão do France Luiz Roseira de Assis. O Felão me ligou na semana e cantarolou a música da Jabiraca todinha, eu nem lembrava mais. Vou gravar oportunamente o tascar por aqui.
José Sylvio Simões Pinto, foi um prazer enorme teclar com você e principalmente registrar estes momentos e, quem sabe, mais tarde, vocês escritores, Sylvio, Levi, Fauzi, ... possam transformar estes textos em livro.
Um grande abraço Sylvio, muito obrigado pelo carinho e fique antenado aqui no bloguinho, pois falaremos sempre da nossa querida Herculândia.

3 comentários:

  1. Amigo Sergio,
    Ficou muito bom.
    Não sei se realmente o Dr. Luiz Carlos e o Agnaldo se mudaram para o Jardim de Cima, pois soube que o Agnaldo estava no MT e o Luiz era um psiquiatra conceituado em Tupã e vizinho do Pet Shop que minha filha tinha por lá. Com certeza, quem faleceu foi o Reinaldo, o irmão do meio. Não sei se o Jair Simões que conheci no Bradesco é o mesmo que você citou (Marcondes). O que conheci era também (ou é ainda) conhecido como Jair Maçarico, pois queimava (sinônimo para aumentar as coisas ou inventar outras e dá-las como verdadeiras... hehehe)prá caramba...
    Abraço,
    J.Sylvio

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  2. Serjão,
    Na hora da depenação os frangos já estavam mortos... sua participação deve ter sido concentrada na busca e apreensão... ahahah!!! e depois, na comilança! Durante a madrugada ficávamos rodando entre a cozinha do Dr.Pimenta e o quintal.A preparação era longa e trabalhosa, mas a festa valia a pena. Tinhamos tempo prá tudo, não é mesmo?

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  3. Olá Sylvio:

    Sim, quem está no céu é o Reinaldo Schilini, alma boníssima desde sempre. Falamos de Luiz Carlos diferentes, quem foi para o céu foi o Luiz Carlos meu irmão, o outro, claro, clinica em Tupã.

    Agora o Jair, creio, é o mesmo, veja no vídeo abaixo o dia em que veio me visitar. Não repare, estávamos meio mamados. Venha também para fazermos o mesmo.

    http://www.youtube.com/watch?v=zYJ-xztAXXU

    Grande abraço Sylvio e obrigado pelo carinho.

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