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.- A ÁRVORE QUE O SÁBIO VÊ, NÃO É A MESMA ÁRVORE QUE O TOLO VÊ! William Blake, londrino, 1800.

sábado, 26 de março de 2011

De; Francisco de Assis (Ciduca) Barros, Para; RÔMULO GURGEL DINIZ

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Sérgio,
envio uma crônica feita por um funcionário aposentado do BB em homenagem a outro colega falecido.
Achei sensacional.
Carlito
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MUDANÇA DE HÁBITOS - Homenagem de Ciduca Barros ao colega Rômulo Gurgel Diniz.
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?Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós?. (Amado Nervo)

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Hoje, mais uma vez, tive a consternação de enterrar um amigo. Ele não foi simplesmente um amigo comum. Nós nascemos na mesma cidade, juntos cursamos o mesmo colégio, jogamos futebol no mesmo time, tomávamos banhos no mesmo rio, tivemos paralelamente os mesmos sonhos e anseios, frequentamos a mesma pracinha, disputamos as mesmas namoradas e juntos rimos e brigamos.
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Nós crescemos, mas o destino continuou sem nos separar. Passamos a ser amigos e colegas, pois fomos durante 30 anos funcionários do Banco do Brasil S.A., inclusive trabalhando, durante alguns anos, na mesma agência. Portanto, ele foi um homem da minha geração, de quem tive a felicidade de privar da sua amizade e do seu respeito por mais de 50 anos, e tendo em vista ter sido ele um cidadão de caráter íntegro, para mim foi uma grande honra de sido seu amigo.
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A viagem, sem retorno, de mais um amigo me trouxe algumas reflexões. Lembrei-me de que quando eu era um rapaz, e aí já se foram muitos anos, comentei com um homem de idade avançada que eu temia a velhice. Naquela ocasião, aquele senhor disse-me algo que eu nunca esqueci: Jamais tema. A natureza é muito sábia. Os anos vão decorrendo e você vai mudando seus gostos, prazeres e hábitos, adaptando-se, naturalmente, à passagem dos tempos.
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Realmente, decorridos todos esses anos, cheguei à conclusão de que aquele cidadão, do alto da sua experiência, estava corretíssimo. Quem é da nossa geração sabe que, há alguns anos, nossos prazeres eram traduzidos por festas mundanas, bailes, bares, futebol e, por que não dizer, namoradas. Hoje, nossas satisfações se traduzem no sucesso profissional de um filho, no casamento de uma filha, no nascimento de um neto. Se ontem nós torcíamos por um time de futebol, hoje torcemos para que nossos filhos logrem êxitos em concursos.
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Qual é a diferença entre essas duas fases distintas de nossas vidas? Não sei dizer, respondo eu. Entretanto, sinto nas satisfações de hoje, a mesma intensidade dos prazeres de ontem. No entanto, existe algo que eu ainda não me adaptei: a perda gradativa, constante e irreparável dos amigos e colegas. Se ontem eu visitava museus, hoje eu visito hospitais. Se ontem eu frequentava barzinhos, hoje, infelizmente, participo de velórios. Se ontem eu frequentava clubes sociais, hoje vou aos cemitérios. Se ontem eu ia aos cinemas, hoje vou às igrejas assistir missas de corpos presentes. Se ontem eu assistia aos jogos de futebol, hoje assisto às missas de 7º e 30º dias.
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Infelizmente, aquele ancião não me alertou quanto às perdas dos nossos caminhos. Será que ele sabia e me poupou de avisar sobre os dissabores e as tristezas que essas irreparáveis perdas nos causam?
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Adeus, meu amigo! Descanse em paz!
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Olá amigo Carlito; Aí está a crônica publicada. Um grande abraço e obrigado.

Um comentário:

  1. Amigo Ciduca, cada vez que leio este texto me emociono...obrigada pelo carinho! Andrea, filha de Romulo.

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