Imagem do cargapesada e a inscrição Herculândia no para-choque, é deste abelhudo que vos tecla.
Esta republicação se faz necessária para integrá-la ao quadro "SAUDADE DE HERCULÂNDIA"
Ainda criança, Wilson Chagas conheceu um caminhão pesadão, de uma marca da qual nunca tinha ouvido falar, um tal de REO, que fazia parte da frota do Exército brasileiro. Ficou tão impressionado com o bruto que pensou: “Um dia ainda vou ter um caminhão desses”. O tempo passou, Wilson cresceu, foi trabalhar como caminhoneiro e montou sua própria transportadora, a Wilson Transportes, de Curitiba (PR). A lembrança do REO ficou jogada num canto da memória. Ficou no canto, mas estava viva! E voltou a respirar forte quando, em 1985, Wilson encontrou à venda um REO, raridade no Brasil, em bom estado. Fechou negócio na hora, restaurou detalhadamente o caminhão – apenas o conjunto mecânico teve que ser substituído – e mandou escrever no pára-barro: “Sonho de menino”. O sonho estava realizado. Hoje, o REO do Wilson é usado apenas para passeios e fica a maior parte do tempo à vista de quem passa pelo posto de combustíveis também pertencente a seu dono, no Bairro dos Franças, na BR-376, interior do Paraná. Uma curiosidade que chama a atenção de quem admira estes pesos-pesados. O caminhão é um REO modelo F22, fabricado nos Estados Unidos em 1952. Seu propulsor original era um“Gold Comet” V8 de 220 hp; também havia opção de motor de seis cilindros em linha, de 160 hp, chamado de“Gold Comet Six”, ambos à gasolina. A fábrica só veio a adotar motores diesel em 1956, quando passou a utilizar um MWM turbinado em seus caminhões. A resistência do motor era um grande argumento de vendas. Uma propaganda da década de 1950 para o mercado norte-americano dizia: “Muitos não acreditam... então nós repetimos – 100.000 milhas (mais de 160 mil km) de garantia em todos os motores”. A REO não chegou a fabricar ou montar seus veículos no Brasil e os exemplares que chegaram aqui foram trazidos por importadores independentes e principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, quando o Nordeste teve uma base militar dos EUA.
Em Pindamonhangaba tem um caminhão desse guardado e seu proprietário é o guincheiro Chico Urutu, qualquer dia irei fotografá-lo.
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