Aos meus amigos que conquistei no Japão.
A vida, no seu eterno ritmo que é o Nascer, o Crescer, o Desenvolver e o Morrer, como a infância, a juventude, a maturidade e a velhice, nos ensina que a completude ou a real felicidade do ser humano se fundamenta na necessidade de se realizar, também, de forma quaternária ou nos Quatro Aspectos da Vida.
A exemplo das estações do ano, que são quatro; dos elementos que compõem a Natureza, que são a água, terra, o ar e fogo; das quatro fases da lua, que se mostra como nova, crescente, cheia e minguante; ou do próprio dia em seus períodos, que são a aurora, o meio-dia, o crepúsculo e a meia-noite; o homem – também – precisa desvendar os Quatros Enigma da Esfinge, se ela deseja dominar; aprender os Quatro Verbos da Sabedoria Universal, o Querer, o Saber, o Ousar e o Calar se almeja sábio se tornar; vencer os Quatro Pecados, a Inveja, o Orgulho, a Vaidade e a Ambição se perante a Criação puro deseja estar.
E, principalmente, construir ao longo de sua vida os Quatro Altares Principais, o dos Sacrifícios ou Purificação, o dos Perfumes ou Renúncia, o dos Juramentos ou Aliança e o da Adoração ou Comunhão, se – realmente – deseja tornar-se uno e realizar-se em si mesmo, para que sua Alma se torne imortal no seio da Criação.
Os altares devem ser compreendidos como os locais, instancias ou esferas de suas próprias realizações. Pois, ao homem foi dado o direito e o dever de ser sacerdote e rei, ou seja, o dever de orar e trabalhar.
Portanto, o primeiro altar é o da sua Família, que é o âmbito de seu afeto, onde ele pode ser filho, irmão, marido e pai. O segundo, que é o do seu Trabalho, é o campo de seu suor e de suas realizações e progressos. O terceiro é o da sua esfera Social, onde seu relacionamento para com a vida se expande, lhe permitindo tornar-se um cidadão. E, finalmente, o quarto é o da sua Espiritualidade, queira ele ou não, pois é o que diz respeito à realização interior de seu ser, a última estância de seu eu, onde se encontra o princípio e o fim de sua própria finalidade de existir.
Assim, cada um de nós tem um tempo e um lugar para está quaternária edificação realizar. Não podemos desta oportunidade abdicar.
Ela poderá ser construída pelo prazer ou pela dor; pela alegria ou pelo sofrimento; pelo amor ou pelo ódio, pela razão ou pelo sentimento; pelo conhecimento ou pela percepção; pela ciência ou pela religião; pela sensibilidade ou pela racionalidade. Mas, terá que ser alcançada, sob pena de tornar a Vida em vão e nosso percurso por ela ser um imenso e infeliz vazio que se perderá na imensidão do tempo, do qual não há recuperação!..
Assim, meu caro e novo amigo, cuja amizade conquistei em minha passagem pelo Japão, sei que você - também - vem, ao longo de sua vida, pelo seu próprio sacrifício, renúncia e dedicação, construindo aos poucos os Quatro Pilares ou Altares de sua existência particular. Portanto, quando sentires que falta argamassa para edificar uma dessas construções e o cansaço, o medo e o desanimo tomar conta de teu ser, lembra-te que o maior dom do homem é a amizade, que se revela na verdadeira solidariedade que permite tudo, em conjunto, suportar e que sua maior virtude é a Humildade. E, assim, busca simplesmente no teu próximo o Verdadeiro Amor, que tudo oferece sem nada pedir e que é o elemento fortificante do ser, que te levará, um dia, até os pés do próprio Criador.
Com carinho e respeito;
José Paulo
Kaze no Mori - Kosai-shi – Shizuoka-ken – Japan – 14 de novembro de 2010,
último domingo antes de partir.
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