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.- A ÁRVORE QUE O SÁBIO VÊ, NÃO É A MESMA ÁRVORE QUE O TOLO VÊ! William Blake, londrino, 1800.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Outono, uma estação de transformação, no Japão!

Parque do Lago dos Patos – Oura – Gunma – Japão - JPFerrari

O outono é uma estação peculiar, no Japão. Ela promove, em toda a Natureza, uma sutil e lenta transformação que vai, também aos poucos, preparando as almas daqueles que têm o privilégio de respirar sua atmosfera e se banhar em sua luz.

Em certos lugares, essa singular mudança se evidencia pela peculiar beleza com que toda a Natureza se reveste, lentamente. É como se ela, ritmicamente, se despojasse de suas últimas sobras para melhor se interiorizar e, assim, o rigoroso inverno enfrentar.

Bem próximo do mar e ao em torno dos lagos, nas manhãs marcadas pela intensa luz e o suave calor do sol, pode-se perceber que tudo colabora, como um processo alquímico, para serem criadas as condições ideais para a chegada da neve que tudo deverá cobrir.

Pode-se dizer que o outono é a estação da preparação para a grande transformação que depois, na primavera, permitirá tudo renascer. Os bosques, os parques, se tornam lugares extraordinários para caminhar e buscar a comunhão ideal com as forças naturais, na sutil comunicação que pode se estabelecer pelo intenso clima de paz que reina por toda a Natureza.

Parque do Lago dos Patos – Oura – Gunma – Japão - JPFerrari

A suavidade da estação promove, ainda, sentimentos peculiares que podem abrir nossas percepções e, assim, nos conduzir a um grau de encantamento, onde o contato com o nosso inconsciente muito rapidamente, também, se faz. Isso porque ela se assemelha àquele estado de relaxamento, de letargia, de abandono, anterior ao sono, que nos coloca diretamente em conexão com o mundo que povoa o nosso interior e onde reina a nossa imaginação.

Lago dos Patos – Oura

A cada passo, a cada movimento, neste clima ameno, de suavidade e encantamento, nosso corpo, nossa alma, nossa mente, se integra harmoniosamente à paisagem e, assim, podemos sentir a nossa própria respiração que, também, se torna lenta e profunda. É neste estado, ao caminhar, que podemos ouvir, então, o pulsar do nosso próprio coração, que parece dar ritmo aos cantos dos pássaros que, ao longe, iniciam seus movimentos de migração.

A cada som uma palpitação! A cada palpitação um triste despedir!

Mas, a cada respiração a inalação da esperança, no porvir.

A cada passo um contato com o passado, no mundo da imaginação!

No contato, a revelação de que tudo, perenemente, também está, como o homem, em profunda e sutil transformação.

O vento, que já se torna frio, não é mais um carinho para o nosso corpo e tudo leva em seu movimento... As folhas se soltam e vão, como vão nossos sonhos!

Assim, pelo movimento do vento, se percebe a vida que se projeta diante de nós, nesta significativa estação, indicando que no eterno movimento da transformação repousa a possibilidade da evolução, para cada um de nós e para todos os seres da criação!

Parque publico, próximo ao mar de Wasjizu – Kosai – Shizuoka

– Japão- JPFerrari

Fotos e texto: José Paulo Ferrari

– Kosai-chi , Shizuoka-ken - 11 de novembro de 2010 – Japão

Obrigado é realmente muito pouco para agradecer ao Mestre Ferrari por esta deferência ao bloguito. Abração meu caro Mestre.

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