« Sim, longa vida à Itália mas ... [aplausos]. Não tenho mais 30 anos e já vivi a minha vida, mas como um italiano que percorreu o mundo, tenho vergonha do que se passa no meu país. Portanto aquieço a vosso pedido de bis para o Va Pensiero. Isto não se deve apenas à alegria patriótica que senti em todos, mas porque nesta noite, enquanto eu dirigia o coro que cantava ‘ Ó meu pais, belo e perdido’, eu pensava que a continuarmos assim mataremos a cultura sobre a qual se assenta a história da Itália. Neste caso, nós, nossa pátria, será verdadeiramente ‘bela e perdida. [aplausos retumbantes, incluindo os artistas da peça]
Reina aqui um ‘clima italiano’ ; eu, Muti me calei por longos anos. Gostaria agora... nós deveriamos dar sentido à este canto ; como estamos em nossa casa, o teatro da capital, e com um côro que cantou magnificamente, e que é magnificamente acompanhado, se for de vosso agrado, proponho que todos se juntem a nós para cantarmos juntos. »
Foi assim que Muti convidou o público a cantar o Côro dos Escravos. Pessoas se levantaram. Toda a ópera de Roma se levantou... O coral também se levantou. Foi um momento magnífico na ópera ! Vê-se, também, o pranto dos artistas.Aquela noite não foi apenas uma apresentação do Nabuco mas, sobretudo, uma declaração da cultura e do povo da capital dirigida aos políticos da Itália e,penso eu, do mundo todo.
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