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.- A ÁRVORE QUE O SÁBIO VÊ, NÃO É A MESMA ÁRVORE QUE O TOLO VÊ! William Blake, londrino, 1800.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Minhas ponderações publicadas no Blog da SAL em 11 de janeiro de 2011


COMENTÁRIOS DO MORADOR SÉRGIO GARCIA

Olá Moradores do Residencial Lessa:


Assunto: Respostas às ponderações da moradora EUN:

Se me permitem, apreciaria fazer alguns comentários sobre o assunto em epígrafe. Parabenizo todos pela concentração de esforços no sentido de se deixar nosso Bairro um pouco mais seguro. Alguns resultados já são visíveis. Viaturas policiais rondam com maior frequência e o Comando da Polícia Militar se interessando muito pelo nosso problema.


Tenho sido mal interpretado por não ser adepto ao fechamento total do Bairro. Isto não significa que sou contra o Lessa, ao contrário, sou um dos primeiros moradores, já presidi a SAL, por vários anos fui membro da diretoria e tenho certeza de que não atrapalhei muito. Vocês são pessoas influentes, integradas na sociedade, se relacionam com promotores, juizes, advogados (isentos e desinteressados), enfim, pessoas com grande saber e recomendo que se aconselhem com eles sobre as enormes dificuldades, eu diria impossibilidade, de se transferir patrimônio público, como já dito no Blog da SAL, escolas, edifício da prefeitura, ruas, praças, etc. ao particular, (nós) assim, se evitariam enormes desgastes, inclusive materiais, discussões estéreis e dispersão sobre o foco do problema máximo, a nossa segurança.


Um outro detalhe importante ainda não foi por ninguém abordado. A nossa área comercial. Sim, o Lessa tem essa configuração. Está dentro do Bairro, mas liberada para o comércio. Regulamentada por Lei, consta das escrituras e registrada em Cartório. Com a vinda do Shopping para nossas imediações, tais propriedades alcançarão preços bem elevados e por certo quererão ser exploradas por seus proprietários, com pleno direito. Aconteceu em Taubaté. Ocorrerá aqui. Fechar o Bairro? Como?

E os nossos vizinhos da Vila Rica, Jardim Resende e Campos Maia, será que nós já pensamos nos problemas que poderíamos lhes causar? Será que aceitariam pacificamente, de um momento para outro, terem sua liberdade de ir e vir cerceada, pelo menos a que ora possuem? Será que aceitariam pacificamente a colocação de enormes muros próximos de suas casas? Será que não se movimentariam e poderiam se gerar conflitos? Será que os políticos não abraçariam sua causa? Já contaram os eleitores de lá e os de cá? Será que a legislação, pelo menos a Estadual e a Federal não os protegeria? Já conversaram com as Sociedades de Bairro de lá?


Já tive oportunidade de afirmar que o mal que nos aflige não é pontual, não é exclusivo nosso, abrange toda a cidade, região, estado, federação. Quem teria coragem de, a pé, sozinho, à noite, percorrer do Bosque à Dutra? No Lessa o risco seria até menor, tenham certeza


Quanto à enorme quantidade de árvores, segundo vocês, esconderijo de bandidos, creio, caracteriza-se até certa ingenuidade. Nós já não temos mais aqueles meliantes românticos, que se escondiam atrás dos tocos para roubar nossas galinhas ou roupas dos quaradouros e saiam em desabalada carreira se flagrados. Os que nos assaltam hoje são os inconsequentes "Nóias", totalmente transtornados pela maléfica ação de entorpecentes químicos. (92% dos municípios já contaminados e marchamos celeremente para os 100%) Têm pressa, não podem esperar, a dependência não permite a paciente espera sobre galhos de árvores, mesmo porque, não teriam o equilíbrio necessário, cairiam, como caem, por exemplo, as mangas passadas que os vândalos mirins não conseguem acertá-las com seus bodoques improvisados. Eles chegam de surpresa, às pressas, em potentes motos roubadas, armados, sem temor, pois tiraram nossas armas de defesa, nos atingem até por susto, "garimpam" rapidamente, desaparecem e salvem-se quem puder. Comigo foi assim, só que de bicicletas. Sim, bicicletas. Não tenho certeza, parece que a gangue de um tal “alemão.” Já não estão mais neste plano.

Os condomínios citados, Village, Real, Colonial, a opção de lá residirem foi de seus proprietários. Todos os que no Lessa moramos, foi por nossa opção. Alguns vizinhos optaram por vender seus imóveis aqui e se transferiram para lá. Conheço pelo menos cinco. Quanto ao nosso, a tendência é de se abrir ainda mais. O Pátio Shopping Pinda é irreversível. Em abril começam as obras. Contratos já foram firmados e registrados em cartório. Não sei se a informação que me passaram é verídica, o pessoal da prefeitura poderia nos certificar, de que uma das nossas ruas ou avenida será prolongada até o Araretama. Se a informação não proceder, não tenho dúvida que em futuro breve tal ocorrerá, pois, também soube de fonte merecedora de crédito que um outro condomínio está em processo de planejamento, situado atrás do Real Ville e na lateral do Lessa. A via de acesso seria o Lessa, pois o pessoal do Real Ville, após várias discussões em assembléias, não concordou em ceder a passagem por sua rua principal. Notem bem, informação não oficial, porém, com enorme probabilidade de ser verdadeira. Tudo isto, como disse, poderia nos ser esclarecido pelos funcionários da prefeitura.

Já a afirmativa de que nossos imóveis se encontram totalmente desvalorizados, também não penso desta forma, ao contrário, foram enormemente valorizados de dois anos para cá. Um parente negociava um terreno na rua Balthazar de Godoy Moreira por R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) o perdeu. Quanto esse lote vale hoje? Aliás, tem algum lote para venda? Se tiver, qual o preço


E quando abril chegar, máquinas rasgando o terreno que, um dia já nos deu enorme trabalho, pois seu subsolo composto por turfa, nos meses de alto verão sua combustão era espontânea, emanando ao Lessa aquela fumaça e gases irrespiráveis, (está lembrada Léia? Está lembrada Shrley, do baininho carvoeiro? Está lembrado Afonso? Vencemos aquela luta, não?) centenas de operários a todo vapor construindo um enorme e moderno Shopping Center, caminhões, automóveis, circulando as centenas, os nossos imóveis não terão valor? Perderemos de vez a tranquilidade, preferiria que as coisas fossem como antes, mas o tal do progresso atropela a todos.

Ainda uma observação sobre as árvores, que filtram o nosso ar, retem uma tonelada de dióxido de carbono, regularizam a umidade atmosférica e a temperatura, diminuem a poluição causada pelos veículos motorizados, retiram gases tóxicos da atmosfera, pássaros organizam-se em seu entorno, reduz a velocidade dos ventos, equilibram a natureza, nos dão sombra, frescor, temos duas espécies de "Jamelão", útil no combate ao câncer, reduzem a incidência de doenças respiratórias em até 20%, além de outros benefícios.


No local onde se pretende construir um muro, era um bambual maravilhoso. Não escondia bandidos porque quase não existiam. Na medida em que nosso País foi se tornando um dos mais violentos do mundo, acharam que o bambual era o culpado e o destruíram com fogo. Hoje não tem mais bambual para se culpar. Os bandidos se multiplicaram. Só ontem em Salvador ocorreram 28 assassinatos, em Tatuí 53 sequestros em ônibus, etc.etc., então apelo, por favor, deixem nossas árvores em paz, foram plantadas em sua maioria por antigos moradores, só a Cecília plantou mais de 1.000, claro, poucas sobreviveram e aí estão.

Sobre as outras colocações, estou totalmente de acordo.

Por fim, se é que minha opinião tenha algum valor, sugiro que os esforços sejam canalizados para reivindicações factíveis, pois os problema que nos afligem são idênticos aos dos demais bairros, agora, quem se mobiliza alcança resultados, como os citados que vocês já conseguiram.


Um grande abraço a todos vocês e sucesso, pois estamos no mesmo barco.


Atenciosamente,

Sérgio Garcia.


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