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.- A ÁRVORE QUE O SÁBIO VÊ, NÃO É A MESMA ÁRVORE QUE O TOLO VÊ! William Blake, londrino, 1800.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Quem planta colhe, literalmente

Esta matéria foi publicada originalmente no dia 12 de agosto de 2010. Tendo em vista que ontem um amigo do ecoeantigos manifestou interesse em produzir cachaça artesanal em seu sítio situado na Estrada do Ribeirão Grande, a estamos repetindo hoje para que ele possa conhecer previamente este alambique de outro amigo nosso, antes de fazer a visita pessoalmente.
Aí está Mário e um grande abraço do
Sérgio.

Está lembrado, José Sylvio, aquele telefonema que me deu no dia 03 de julho, em que a ligação não ficou muito boa, falamos pouco e entrecortado? Pois é, eu e o Senador estávamos neste sítio, onde é produzida uma das melhores cachaças do Vale do Paraíba (menos a Campeã do Vale, de Caçapava, do nosso amigo Flávio, do Alambique do Antenor, que foi e é o nosso Mestre).
Fomos à busca de informações e solicitar um pouco de fermento para darmos partida na safra de 2010 da Tontola, que se iniciou exatamente hoje.
O proprietário deste sítio, localizado no município vizinho de Santo Antonio do Pinhal, o José, também é nosso amigo de longa data, pois é mais um Vibaseano aposentado, ex- vizinho nosso e que trocou sua casa aqui pertinho do Tugúrio, por este maravilhoso sítio na Serra da Mantiqueira. O Sítio já era bom, e com o carinhoso trabalho do José e da Luiza, está se transformando num lugar paradisíaco.
Quando foram para lá, procuravam uma atividade produtiva para complementoação de renda e nos procuraram para saber se a produção de cachaça seria uma alternativa viável. Claro, passamos todas as informações ao José, que acompanhou por um bom tempo o nosso trabalho, participou de cursos conosco, inclusive na Universidade de Taubaté, alguns professores da Universidade Federal de São Carlos para cá também vieram e obtivemos um excelente cabedal de conhecimento. Pouca gente sabe, mas a Universidade Federal de São Carlos desenvolve há anos variedades de cana de açúcar, de alto teor de glicose, indispensável à produção sucroalcooleira.
Todo esse envolvimento ocorreu graças ao Mestre Flávio José, Diretor do Alambique do Antenor de Caçapava, na época presidente da Associação Paulista dos Produtores de Cachaça Artesanal do Estado de São Paulo, que muito gentilmente nos franqueou o acesso a todo o aprendizado necessário. Fazemos questão de visitá-lo vez por outra, no seu alambique, onde mantém um excelente restaurante campestre, vejam aqui.
Pois bem, o José, é químico metalúrgico e após sua aposentadoria passou a adaptar seus conhecimentos químicos à produção da cachaça. Como é um profissional exigente, criterioso e absolutamente honesto, acabou por melhorar o processo produtivo e hoje alcança a perfeição.

O grande segredo desta produção reside no preparo do fermento, que é bem complicado e exige muita paciência e cálculos matemáticos complexos. Também planta sua própria cana, com variedades selecionadas. Desenvolveu filtro de "troca iônica", o qual retém considerável parte do resíduo de cobre que o alambique expele normalmente. Descansa sua produção por dois anos em tonéis de 200 litros, de carvalho europeu, após o que envasa o líquido em vidros de primeira qualidade, buscados na Embavidro em São Paulo.

Como já me referi lá atrás, quem planta colhe, estamos fazendo a colheita neste exato momento. O Senador e eu, apesar de toda a experiência de alguns anos e dos cursos efetuados, não estamos conseguindo produzir o fermento adequado e nos socorremos do amigo José, que tem prazer em nos ajudar em todo início de produção, como tem ocorrido nos últimos anos, nos fornecendo alguns litros do precioso fermento, para a partida produtiva.
Hoje a Tontola produziu o primeiro litro da safra de 2010. Fotografei as principais fases da sequência produtiva e assim que a inpiração vier, postarei no bloguito. Sim, aqui só sai algo com inspiração, pois esta matéria está no bestunto há mais de um mês e só saiu agora. Socorro-me de umas das 4 Leis da Espiritualidade para me justificar.
Esta sequência de fotos retratam a maravilha que este casal José e Luiza formou em menos de meia década. Sentimo-nos gratificados por estarmos ao lado de pessoas que assim agem, gente que faz e como diz a Sagrada Escritura, ganha o pão com o suor de seu rosto.

Deixo de fornecer os nomes completos e a localização do Sítio na aprazível Santo Antonio do Pinhal, por não estar autorizado, entretanto, se algum amigo do bloguito assim o desejar, basta agendar conosco que, após consulta ao José, os levaremos até lá.


Parabéns ao José e à Luiza e muito obrigado pelo fornecimento do fermento, que esteve muito bom e através do qual já produzimos o primeiro litrinho da Tontolinha.

Um grande abraço,
Sérgio.

2 comentários:

  1. Sergio,
    Que maravilha de explanação. Sei que a Tontola é feita com "engenho" e arte! Mas depois de ler tudo o que você escreveu, também quero uma garrafa do delicioso nectar do seu amigo José O Quimico. Fiquei até meio zonzo com tanta clareza e riqueza de detalhes.
    Grande abraço,
    José Sylvio

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  2. Bem, já tenho meus exemplares e, assim que retornar da corrida de Indianápolis terei o imenso prazer de degustar a maravilha que me deste de regalo.
    Abração.

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