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Vocês são tantos, bem mais do que deveriam, bem mais do que caberiam, estão nas esquinas, nas festas, nas frestas, no pó, no lodo, vocês se multiplicam feito verme fértil e ávido por novas crias, por mais sangue, por mais carne.
/ Com seu jeito macio e fala de quem-não-quer-nada, vão comendo pelas beiradas até o nosso coração ficar oco, vão passando rasteira na lei até que ela fique inútil, nua e esclerosada.
/ Vocês estão detonando este chão privilegiado, tão abençoado, estão dizimando cada rincão de fé que ainda resistira aos ventos adversos, estão nos fazendo sentir moleques como nunca pensamos em ser um dia.
/ É pena termos que compartilhar com vocês o mesmo ar, o mesmo chão, a mesma bandeira, é triste sabermos que depositamos no seu suor os sonhos que deixamos de passar aos nossos filhos, e o pior de tudo é que vocês estão gargalhando até não poder mais, diante dessa nojeira sem par, diante desse circo funesto que deveria ser o nosso altar maior, a governança da nossa pátria.
/ Que um dia vocês despertem dessa alegoria fétida e voltem para o que deveria ser o seu cabresto, o seu guia, a sua fronha diuturna, que sejam capazes de dizer não para estes gritos de sereia que são o atalho soturno para o inferno sem volta, e que consigam, por certo, deixar de nos fazer passar, de novo, por essa vergonha sem tamanho, só por termos colocado vocês neste bizarro picadeiro em que estão teimando transformar o nosso querido Brasil.
Campinas
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