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.- A ÁRVORE QUE O SÁBIO VÊ, NÃO É A MESMA ÁRVORE QUE O TOLO VÊ! William Blake, londrino, 1800.

terça-feira, 24 de abril de 2012

A falta que um Francis faz - Veja de ontem


{...} Ele partiu com cara de quem continuaria enxergando as coisas como as coisas são.

Como trataria os ministros que perderam o emprego por safadeza explícita mas seguem impunes e em liberdade? O que faria depois de confrontado com o primeiro presidente da República que nunca leu um livro nem sabe escrever? Como reagiria aos palavrórios sem pé nem cabeça de Dilma Rousseff? Pena que a morte prematura tenha privado o Brasil decente das respostas a essas e tantas outras perguntas. 

Nas eleições de 1989, apoiou Fernando Collor ─ que reduziria a pó depois das bandalheiras que resultaram no impeachment ─ movido pela ojeriza a dois fantasmas muito caros ao PT: a interferência excessiva do Estado e o aparelhamento da máquina pública. Francis antecipou em mais de 20 anos o cenário deste 2012. O que diria o polemista sem medos se sobrevivesse para saber a que ponto pode chegar um país em adiantada decomposição moral? 

Duelou furiosamente com José Guilherme Merquior e Antonio Cândido, brigou feio com Chico Buarque e Caetano Veloso. Não poupou sequer parceiros dos tempos do Pasquim. “Jaguar é um idiota de gênio”, resumiu ao comentar a subordinação do jornal aos interesses eleitorais de Leonel Brizola ─ a quem se aliara no início dos anos 60. Foi uma das muitas mudanças de opinião embutidas na metamorfose maior. 

O país da amnésia endêmica, que esquece a cada 15 anos o que aconteceu nos 15 anteriores, também condena os melhores e mais brilhantes a 15 anos de esquecimento ─ contados a partir da morte física. Francis não escapou dessa temporada no limbo. Em 4 de fevereiro de 1997, quando um enfarte o surpreendeu no apartamento em Nova York, milhares de leitores do colunista dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo e milhões de espectadores do comentarista dos telejornais da Globo e do programa Manhattan Connection haviam transformado o carioca de 66 anos em celebridade nacional. Pois mesmo o mais conhecido jornalista brasileiro teve de esperar até agora pela exumação parcial da obra escrita.

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